Beowulf é considerado mais antigo poema em língua inglesa. Foi escrito provavelmente no século 8 e seu autor é desconhecido. Ele se refere a fatos que teriam acontecido no século 6 e que se tornaram lenda. Narra a história de um reino na atual Dinamarca que foi atacado durante doze anos por um monstro chamado Grendel.
Um príncipe chamado Beowulf (vindo da atual Suécia) se oferece para matar Grendel. Ele consegue, mas depois tem que lidar com um monstro ainda mais perigoso – a mãe de Grendel. O livro é escrito num inglês antigo, incompreensível atualmente. Foi traduzido e até hoje é usado nas escolas como exemplo de narrativa primitiva e heroica, como a Odisseia de Homero ou Os Lusíadas, de Luís de Camões.
Em 2007, a lenda de Beowulf ganhou uma versão cinematográfica dirigida pelo sempre inquieto e experimentalista Robert Zemeckis (da série De Volta Para o Futuro). Zemeckis (com uma pequena ajuda de Steven Spielberg) usou a técnica de motion-capture, onde os atores usam sensores e interpretam seus personagens em fundos azuis, depois transformados digitalmente em cenários.
A Lenda de Beowulf de Zemeckis foi criticado na época pela expressão às vezes esquisitas dos personagens digitalizados. É preciso dar um desconto: em 2007 a técnica do motion-capture ainda estava muito no início. Fora isso, este é um belo espetáculo, muitas vezes aterrorizante e cheio de ângulos impossíveis (como Robert Zemeckis usaria também em Expresso Polar e Um Conto de Natal).
Por trás das caras estranhas de Beowulf está um elenco de respeito: Robin Wright, Anthony Hopkins, Angelina Jolie, John Malkovich, Crispin Glover, Brendan Gleeson, e muitos outros. O roteiro foi escrito por dois mestres da fantasia, Neil Gaiman (de Sandman) e Roger Avary. Se você for assistir, prepare-se para muitos sustos e cenas de pesadelo. Disponível na Amazon Prime e HBO Max. (A propósito: “Beowulf” significa algo como “ursolobo”).
Gostei de ler o texto como aprendizado.