O maior mistério por trás de Operação Lioness (Paramount +) é: como Taylor Sheridan arruma tempo para tudo isso? Sheridan criou uma das séries de maior sucesso dos últimos tempos (Yellowstone), duas de suas variantes (1923 e 1883) além de Mayor of Kingston, The Last Cowboy e Tulsa King – tudo mais ou menos ao mesmo tempo.
Mas ele achou pouco e resolveu criar uma série de espionagem. Operação Lioness tem um toque original no gênero: ele é centrado em mulheres. A protagonista é Joe (Zoe Saldana), que chefia um grupo de infiltração em grupos terroristas. Acima dela está Kaitlyn (Nicole Kidman). E Joe treina a novata Cruz (a canadense filha de brasileiros Laysla de Oliveira).
As cenas do treinamento de Cruz são brutais e explícitas, especialmente no episódio 2. E a série mostra também a vida de Joe sem o glamour que conhecemos da ficção de espionagem. Seu marido é um médico que cuida de crianças com câncer – o que significa quase sempre a tristeza de notícias ruins e cenas chocantes. Por causa da ausência permanente de Joe, cujo trabalho é caçar terroristas, o casal está permanentemente à beira da separação. Uma de suas filhas é uma aborrescente esquerdinha.
A tensão é permanente em Operação Lioness, misturando as operações da CIA com a vida pessoal de seus funcionários. A série, que está no seu quinto capítulo, mostra também que aparentemente não existe limite para o talento e a criatividade de Taylor Sheridan. Que venha a segunda temporada.