Muita publicidade foi feita em torno do lançamento da “última música dos Beatles” — Now and Then, um esboço deixado por John Lennon que foi retrabalhado por Paul McCartney e Ringo Starr, com a gravação de um solo de guitarra registrado por George Harrison.
Now and Them foi só a introdução. O banquete para os eternos beatlemaníacos são as coletâneas conhecidas como “azul e vermelha”, relançadas nesta semana em vários formatos (vinil, cd, download e streaming). O grande astro nesse caso foi o engenheiro de som Giles Martin, filho do lendário produtor da banda, George Martin.
Giles usou a tecnologia desenvolvida pelo estúdio do cineasta Peter Jackson para separar cada detalhe das gravações originais. Especialmente no início da carreira dos Beatles, os registros eram realizados em apenas quatro canais de som. A bateria inteira, por exemplo, ia para um canal só, o que gerava um som abafado, sem definição nem brilho. Agora cada peça da bateria surge com muita definição.
O trabalho de Giles Martin está tão bem feito que as 75 faixas desta coletânea dão a impressão que os quatro Beatles voltaram ao estúdio e regravaram tudo com a tecnologia de hoje. Essa impressão fica ainda mais clara quando você ouve os discos em serviços de streaming, como o Tidal, Amazon Music e Apple Music.
Esses aplicativos usam o sistema Dolby Atmos, utilizados por Giles Martin. O som não se limita mais aos dois canais do stereo convencional. Se você ouvir esses discos com um bom fone de ouvido vai sentir que as vozes, instrumentos e efeitos surgem em diferentes pontos de sua cabeça. E a mesma música que você já ouviu centenas de vezes se transforma numa experiência nova.
Ouvir Beatles de novo e de novo é sempre bom. E nesse terrível ano de 2023, sem dúvidas ouvir algo novo dos 4 garotos de Liverpool é um refrigério, um bálsamo para nosso espírito. Obrigado Paul, por mais uma vez insistir em fazer os três ex-Beatles voltarem ao trabalho!