A Apple conseguiu nesta quarta-feira, 27, um adiamento da proibição de importação de smartwatches nos Estados Unidos graças a uma decisão de um tribunal de apelações.
A decisão permitirá a retomada das vendas nas próximas semanas, enquanto o tribunal avalia o pedido da Apple para anular a proibição.
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A empresa aguarda o recurso de uma decisão de outubro da Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos, que vetou a importação de algumas versões do Apple Watch por violações de patentes da Masimo, uma empresa de tecnologia médica da Califórnia.
A Apple informou na época que não rouba tecnologia e acusou a Masimo de violar suas patentes.
Segmento de smartwatches é estratégico para Apple
O segmento de relógios da Apple seja minúsculo em comparação com a receita do iPhone, representando cerca de 5% das vendas totais.
Todavia, o dispositivo desempenha um papel importante nas crescentes ambições da empresa de entrar no mercado de saúde.
A empresa é, de longe, a maior fornecedora de smartwatches do mundo, representando 30% de todos os aparelhos vendidos e quase 60% do total das vendas globais.
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Após a ordem de outubro da comissão de comércio, o governo de Joe Biden teve 60 dias para anular a decisão da agência, sendo o Natal o último dia para intervenção.
No entanto, o governo americano se recusou a atuar em favor da Apple.
Apple e Masimo disputam tecnologia médica
A tecnologia patenteada em disputa é um sensor chamado oxímetro de pulso que mede os níveis de oxigênio no sangue dos usuários.
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A Masimo, fornecedora líder desse tipo de sensor, alegou à comissão que a Apple havia violado suas patentes quando começou a incluir um oxímetro de pulso em seus smartwatches.
A Masimo e a Apple iniciaram a colaborar em 2013. A Apple convidou os executivos da Masimo para seu campus.
Formalmente, a visita seria para aprender mais sobre a tecnologia de detecção de saúde da empresa e discutir possíveis oportunidades de integração.
Internamente, os executivos da Apple chegaram a discutir a possibilidade de adquirir a Masimo e tornar seu presidente-executivo, Joe Kiani, vice-presidente, segundo documentos tornados públicos no processo.
A Apple decidiu não comprá-lo porque “aquisições desse tamanho não são nosso estilo”, de acordo com um e-mail interno da empresa.
Em vez de ingressar ou comprar a Masimo, a Apple optou por contratar seus engenheiros e trabalhar ela mesma em tecnologia semelhante.
Esta sequência inicial de eventos entre a Masimo e a Apple seguiu um padrão. Várias pequenas empresas de tecnologia acusaram a Apple de iniciar discussões de parceria apenas para abandoná-las após pouco tempo e copiar sua tecnologia.
A Apple disse que não rouba tecnologia e que o uso do sistema de patentes é justo e consistente com outras empresas do seu tamanho.