Os transportadores de grãos, cereais e oleaginosas encerraram a greve na Argentina, depois de conseguir um aumento de 20% na tarifa do frete. A manifestação foi liderada pela Federação de Transportadores Argentinos (Fetra).
Adicionalmente, o governo e os transportadores do país decidiram criar um Conselho de Transportes Agrícolas para gerenciar problemas, como infraestrutura portuária. Também vai ser definido um comitê de resolução de conflitos a respeito de impasses que envolvam tarifas.
As transportadoras alegaram que a tarifa de frete anteriormente praticada não refletia os custos das operações, bem como a falta de diesel nas províncias e reformas nos portos.
Exportações comprometidas
Na última semana, milhares de caminhões estacionaram nas estradas e paralisaram as exportações. A Argentina é o maior exportador mundial de farinha e óleo de soja, além de um dos principais comerciantes de trigo, soja e milho.
A greve aconteceu em meio à safra 2021/22 da agricultura argentina, sendo impulsionada pelo aumento do preço do combustível depois da invasão russa à Ucrânia. A Federação de Transportadores Argentino alegava que “as entidades agrícolas negam o preço real do diesel que os transportadores estão pagando”.
Atualmente, o diesel é comercializado por 191 pesos argentinos (R$ 7,50). “A greve causa prejuízos de cerca de US$ 100 milhões por dia”, disse Gustavo Idígoras, presidente da Câmara do Centro da Indústria do Petróleo e Exportadores de Cereais. “Cerca de 200 toneladas não estão sendo descarregadas nos terminais portuários.”
Só a inflação geral dos preços ao consumidor foi de 55%, sendo que a inflação dos combustíveis deve ter sido ainda maior. Conseguiram 20%, resolve o caso?