As 700 estatais que o Estado esconde de você
Assim que chegou à Secretaria de Desestatização do Ministério da Economia, no início de 2019, a economista Marina Helena Santos deparou com uma situação inusitada. Ao analisar os relatórios da pasta, a ex-CEO do Instituto Millenium descobriu que o governo federal tinha participação majoritária ou minoritária em 700 empresas.
“É como um pernilzão, que atrai as moscas”, disse ela, em vídeo publicado no Instagram. “Há muito poder em uma estatal. Imagine os contratos. São bilhões e bilhões.”
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No vídeo, Marina também se lembrou da ocasião em que o Ministério da Economia apresentou a proposta de privatização da Eletrobras ao Parlamento. “Ninguém perguntou nada sobre a estatal nem sobre o projeto”, afirmou a economista, que deixou a Secretaria de Desestatização em 2020. “Não perguntaram sobre o projeto de privatização nem se a conta de luz ficaria mais cara ou mais barata. Eram só pedidos de cargos em estatais.”
Estatais X R$ 1 trilhão em benefício de todos
As estatais, suas subsidiárias, coligadas e aquelas nas quais possuem investimentos e participação valem R$ 1 trilhão. Como mostra Salim Mattar, em artigo publicado na Edição 106 da Revista Oeste, o Estado possui o controle ou investimentos em cerca de 700 empresas que afrontam a Constituição.
“Ceitec (empresa que produz o chip do boi), Nuclep, Ceasaminas, Hemobrás, Valec, EPL (empresa que deveria viabilizar o trem-bala), bancos, empresas de cartões de crédito, seguros, capitalização, saúde, odontologia, meios de pagamento, produção de pólvora e tantas outras explorando atividades comerciais nos mais diversos setores da economia competem, na maioria das vezes, de forma desleal com a iniciativa privada e infringem a Constituição”, escreve o colunista. E há muitas outras empresas sob controle estatal.
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