Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira, 16, elevar a taxa básica de juros (Selic) de 10,75% ao ano para 11,75% ao ano, alta de um ponto porcentual.
Com este, que é o nono aumento consecutivo, a Selic alcançou o maior nível desde abril de 2017, quando estava em 12,25% ao ano. Ou seja, o maior nível em quase cinco anos.
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De acordo com projeções de analistas do mercado financeiro, a Selic deve voltar a subir nos próximos meses. O aumento da taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para enfrentar a inflação.
“A inflação ao consumidor seguiu surpreendendo negativamente”, disse o BC.
“Para a próxima reunião, o comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária.”
“No cenário externo, o ambiente se deteriorou substancialmente. O conflito entre Rússia e Ucrânia levou a um aperto significativo das condições financeiras e aumento da incerteza em torno do cenário econômico mundial”, afirmou o BC.
As expectativas de inflação para 2022 e 2023 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 6,4% e 3,7%, respectivamente.
Votaram por aumentar a taxa Selic: Roberto Oliveira Campos Neto (presidente), Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza.