O Banco Central Europeu (BCE) reduziu novamente as taxas de juros para 3,5% nesta quinta-feira, 12. Esta é a segunda diminuição consecutiva de 0,25 ponto porcentual e se em resposta à desaceleração da inflação e ao crescimento econômico instável na região.
A inflação está próxima da meta de 2%, e a economia europeia está prestes a entrar em recessão. A decisão já era amplamente antecipada pelos investidores, que agora aguardam as próximas ações do Banco Central Europeu.
No entanto, o BCE não forneceu orientações claras sobre os próximos passos, o que mantém as especulações sobre uma possível política de flexibilização contínua nos próximos meses.
+ Leia mais notícias de Economia em Oeste
Em entrevista à imprensa, a presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou: “Não estamos nos comprometendo previamente com uma trajetória particular de juros.”
“O conselho do BCE continuará a seguir uma abordagem dependente de dados e reunião por reunião para determinar o nível e a duração apropriados da restrição”, disse Lagarde.
Lagarde também mencionou que o BCE está analisando uma série de indicadores. Destacou, nesse sentido, que setembro deverá apresentar uma baixa inflação devido a efeitos de base. “Estamos olhando para uma bateria de indicadores.”
Cenário econômico misto
A presidente do BCE descreveu um cenário misto, onde o aumento dos salários continua a sustentar a inflação na zona do euro, mesmo com a moderação das pressões de custos trabalhistas.
Algumas autoridades do Banco Central Europeu, especialmente do sul da Europa, afirmam que os riscos de recessão estão aumentando e que as altas taxas estão restringindo o crescimento mais do que o necessário, o que pode fazer com que a inflação fique abaixo da meta.
Previsões econômicas do Banco Central Europeu
A maioria dos membros do BCE acredita que o mercado de trabalho ainda está muito aquecido para uma acomodação. Para a equipe, as pressões subjacentes nos preços, como os custos persistentes dos serviços, aumentam o risco de uma nova aceleração da inflação.
As novas previsões econômicas do Banco Central Europeu indicam um crescimento de 0,8% para este ano, ligeiramente abaixo dos 0,9% previstos em junho. Quanto à inflação, a previsão é que ela volte à meta apenas no segundo semestre do próximo ano.
O BCE espera, por fim, que o aumento dos preços atinja 2,2% em 2025, ligeiramente acima da meta de 2%.
Leia também: “A ‘criatividade’ do atraso”, artigo de Adalberto Piotto publicado na Edição 233 da Revista Oeste