O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, defendeu, nesta quarta-feira, 3, o fato de que a instituição tem de fazer intervenções no mercado de câmbio quando houver “alguma disfuncionalidade na moeda”. “Se em algum momento tiver, nós vamos fazer.”
Sobre a intervenção realizada nesta terça-feira, 2, Campos Neto salientou que a intervenção não teve a ver com um movimento de câmbio e frisou que o câmbio é flutuante. Na ocasião, a moeda norte-americana encerou o dia valendo R$ 5,06.
“Estávamos vendo que poderia ter uma disfunção e foi feita uma intervenção”, disse Campos Neto. “Colocamos no texto da intervenção isso.”
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Ele emendou que o Brasil tem uma situação bastante boa de reservas comparado a outros países da América Latina e ao mundo emergente em geral. “Com um fluxo forte e um volume de reservas bastante razoável, o câmbio não deveria ser um problema no Brasil.”
Presidente do Banco Central fala sobre os juros no Brasil
O presidente do BC acrescentou que o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos também não deveria ser um problema para a economia nacional. “Temos um diferencial de juros ainda bastante favorável.”
Campos Neto afirmou que essa é sempre uma equação com dois lados, o diferencial de juros e o de risco. “Se o seu risco percebido está no mesmo que o diferencial de juros, sua moeda tem que desvalorizar para compensar”, disse o presidente do Banco Central. “A questão é se do lado do risco nós temos alguma mudança substancial.”
Campos Neto participou do 10º Brazil Investment Forum, organizado pelo Bradesco BBI, em São Paulo.
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Revista Oeste, com informações da Agência Estado