O Banco Central (BC) não cumpriu três das últimas seis metas de inflação. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 10, a inflação de 2024 acumulou 4,83%, acima do teto de 4,5% estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A partir de janeiro, uma nova norma contínua estipula que a meta de inflação será considerada descumprida se a taxa permanecer fora do intervalo permitido por mais de seis meses consecutivos. Essa mudança ainda não estava em vigor para o ano de 2024.
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O CMN definiu uma meta de inflação de 3% para 2024, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual. A autoridade monetária terá de se explicar publicamente.
Nos últimos seis anos, o Banco Central também não alcançou as metas de inflação dos anos 2021, 2022 e 2024.
Brasil enfrentou dificuldades com inflação durante a pandemia
O país enfrentou desafios inflacionários depois dos estímulos fiscais e monetários adotados durante a pandemia de covid-19. Em 2024, a alta dos gastos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi um dos principais motivos para a inflação elevada.
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Campos Neto, então presidente do Banco Central, afirmou que o descumprimento da meta nos anos da pandemia se inseriu em um contexto global.
“Em 2024, se você olhar, nenhum país atingiu a meta”, disse. “Nem o Brasil e nem nenhum. A gente precisa colocar essa afirmação de um contexto global, de um fator muito atípico que aconteceu, que foi a pandemia.”
Durante a gestão de Campos Neto, o Banco Central foi o primeiro a elevar juros na pandemia, o que fez com o que o país saísse na frente de outros na queda da inflação.