A ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira, 22, projeta nova alta na taxa Selic para a próxima reunião, prevista para 4 e 5 de maio. A expectativa do órgão, vinculado ao Banco Central (BC), é por um novo reajuste de 1 ponto porcentual.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. No último dia 16 de março, o Copom já havia elevado a taxa de juros em 1 ponto porcentual, para 11,75% ao ano — nono aumento consecutivo e maior nível desde 2017. Já o último relatório Focus, que concentra as expectativas do mercado, prevê o índice em 13% ao final de 2022.
Pela ata divulgada nesta terça-feira, a autoridade monetária manifesta entender que a alta das commodities pressiona os preços com os impactos secundários na inflação, impulsionada principalmente pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, em andamento na Europa.
“O Copom avalia que o momento exige serenidade para avaliação da extensão e da duração dos atuais choques”, indicou a ata do comitê, que concentra dirigentes do BC e se reúne a cada 45 dias.
“Caso esses se provem mais persistentes ou maiores que o antecipado, o comitê estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário. O comitê enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolidem não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.”
O Copom ainda revelou que o ciclo de reajuste da Selic é suficiente para a convergência da inflação para o patamar em torno da meta, de 3,5% em 2022 e de 3,25% em 2023.
“O Copom avaliou que, considerado esse viés devido à assimetria de riscos, suas projeções se encontram acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta para 2022, e ainda ao redor da meta para 2023”, manifestou o órgão. “Diante desses resultados, e da avaliação do Comitê a respeito da probabilidade de cada cenário, o Copom considerou que, neste momento, um ciclo de aperto monetário semelhante ao utilizado nos seus cenários é o mais adequado.”