Um relatório do Banco Mundial mostrou, nesta segunda-feira, 30, que o preço do barril de petróleo poderá saltar para US$ 157 (R$ 792), no próximo ano, se a guerra entre Israel e o Hamas se agravar. De acordo com a análise, esse aumento recorde teria reflexo direto sobre a elevação dos valores dos alimentos.
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O preço mais elevado do petróleo na história foi em julho de 2008, quando o Brent – petróleo extraído do Mar do Norte e comercializado na Bolsa de Londres – chegou a US$ 147,5 por barril.
Desde o início da crise no Oriente Médio, o relatório observou que o preço do combustível subiu cerca de 6%. Para os últimos três meses deste ano, a agência financeira espera que os valores globais atinjam uma média de US$ 90 por barril. Caso a previsão se concretize, a média em 2023 será de US$ 81.
Consequências da guerra entre Israel e o Hamas
Com base em episódios históricos que envolveram conflitos regionais, desde a década de 1970, o Banco Mundial traçou três possíveis cenários de risco resultantes da guerra entre Israel e o Hamas.
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O efeito “menos perturbador’ seria o fornecimento global de petróleo reduzido em 500 mil a 2 milhões de barris por dia. Isso aumentaria os preços entre 3% e 13%.
Se a situação piorar, num cenário de “perturbação média”, o fornecimento mundial seria reduzido entre 3 milhões e 5 milhões de barris por dia. Isso faria com que os preços subissem de 21% a 35%. Para tanto, a guerra atual precisaria se aproximar do cenário da guerra do Iraque, em 2003.
Num contexto de “grande perturbação”, o fornecimento global de petróleo diminuiria entre 6 milhões e 8 milhões de barris por dia. Isso faria os preços atingirem um patamar 56% a 75% superior, podendo o barril chegar a US$ 157.
“Se o conflito no Oriente Médio se agravar, e os altos preços do petróleo permanecerem, inevitavelmente, os alimentos no mundo ficarão mais caros”, anunciou Ayhan Kose, economista-chefe-adjunto do Banco Mundial”. “Se um grave choque nos preços do petróleo se materializar, isso aumentará a inflação dos alimentos, que já foi elevada em muitos países em desenvolvimento.”
O economista alerta para o fato de que “uma escalada da guerra pode potencializar a insegurança alimentar não só na região, mas em todo o mundo”.