O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 7, em evento sobre o Drex, que a negociação de ativos de forma tokenizada “veio para ficar”. Ele elogiou as soluções que foram viabilizadas pela tecnologia blockchain.
“Já estamos acompanhando o que tem acontecido e é importante reconhecer o que veio para ficar”, firmou Campos Neto. “A negociação de ativos de forma tokenizada veio para ficar.”
“Os BCs queriam proibir bancos de ter qualquer interação com criptomoedas, prosseguiu o presidente do Banco Central do Brasil. “Esse trem já partiu. Temos que trazer esse ambiente para perto da gente.”
O presidente do BC também disse que foi contra a criação de uma moeda comum entre o Brasil e a Argentina nas duas vezes em que a ideia foi proposta.
Além disso, Campos Neto afirmou que, apesar de avanços em diversas áreas, o mundo caminhou muito pouco na internacionalização de pagamentos. “A gente está longe do mundo ideal, em termos de homogeneização de dados.”
Campos Neto também voltou a defender que o debate sobre a criação de uma moeda comum dentro do bloco do Mercosul vai “ficar bem velho bem rápido”. Na visão dele, as moedas vão se conectar umas com as outras, mas sem a imposição de algo único.
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Com a tokenização, o controle de risco e a captação bancária ficariam mais eficientes e mais baratos, diz Campos Neto
No evento desta quinta-feira, Roberto Campos Neto também explicou que a solução de construir o real digital com depósitos tokenizados, chamado Drex, pelos bancos foi o que garantiu que o projeto seguisse em frente.
“Depósito tokenizado herda toda a regulação de depósito e resolve um problema, que é sacudir os sistemas legados dinossauros dos bancos”, disse o presidente do BC. Para ele, o controle de risco e a captação bancária ficariam mais eficientes e mais baratos com a tokenização.
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A tokenização é o processo de conversão dos direitos de um ativo em um token digital que pode ser transferido, registrado e até armazenado em um sistema de blockchain.
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