O Ibovespa fechou o pregão desta quinta-feira, 17, registrando a 13ª queda consecutiva. Com esse resultado negativo, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) amargou a pior série de sua história.
O Ibovespa terminou o dia com uma queda de 0,5%, aos 114.982 pontos. O volume negociado foi de R$ 27,30 bilhões.
O desempenho negativo foi provocado pelo pessimismo nos mercados internacionais, que poderiam contaminar também a economia brasileira.
Em Wall Street, o Dow Jones caiu 0,84%, o S&P 500 perdeu 0,77% e o Nasdaq ficou no vermelho em 1,17%.
O mercado não gostou da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Os membros do Fed deixaram claro no documento que poderiam elevar ainda mais as taxas de juros caso haja riscos significativos para a inflação.
Atualmente, as taxas de juros nos EUA estão entre 5,25% e 5,5% ao ano. Após a divulgação da ata do Fed, o mercado está aguardando novas altas.
Essas expectativas impulsionam os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, as Treasuries, que chegaram ao maior nível desde 2011.
A alta dos juros nos EUA puxou para cima as taxas em outros países. Inclusive no Brasil, onde os contratos futuros de DI registraram alta, principalmente nos papéis de longo prazo.
Ibovespa não consegue ganhar tração
No começo do pregão, o Ibovespa parecia engatar um movimento de alta. Todavia, por volta do meio-dia passou para o território negativo.
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As piores ações foram as da Petrobras (PETR4;PETR3), do setor de varejo e bancário.
Por outro lado, os papéis da Vale (VALE3) subiram 1,41%, mesmo com a crise da Country Garden, gigante da construção civil da China. A expectativa do mercado é que o governo de Pequim anuncie estímulos econômicos.
Outro destaque positivo foram as ações da Eletrobras (ELET6;ELET3). Mesmo após a recente
renúncia do CEO, Wilson Ferreira Jr., a maioria dos bancos e casas de análises mantiveram indicação de compra dos papéis da elétrica.
O desempenho Ibovespa também está sendo prejudicado pela saída dos investidores estrangeiros, que já sacaram R$ 8,4 bilhões no acumulado de agosto. Um valor que já anula todas as entrada de julho e superam os R$ 4,28 bilhões de retirados em maio, até então o mês de maior saldo negativo no ano.