O Brasil enfrentou problemas ao decorrer dos últimos meses. Pandemia, queda do PIB e regras de isolamento impedindo o funcionamento de determinados segmentos da economia. Questões que ajudam a explicar o fato de 11,5 milhões de brasileiros terem perdido seus empregos no intervalo de um ano (setembro de 2019 a setembro de 2020), conforme indica o portal G1 em reportagem publicada nesta quarta-feira, 27. Isso na iniciativa privada. O enxugamento não atingiu o setor público.
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Na máquina pública, ocorreu o contrário. Mesmo com o país ficando de março a dezembro do ano passado em estado de calamidade pública, houve aumento no número de servidores. De acordo com a consultoria IDados, o setor público foi responsável por abrir 145,4 mil novos postos de trabalho no decorrer do período analisado. Assim, o volume de profissionais atuando em algum órgão público foi de 11,8 milhões no fim do terceiro trimestre de 2020. Além das contratações enquanto o mercado privado enfrentou crise, o salário na esfera pública mostrou-se mais atrativo, reforça a IDados. Segundo a consultoria, a média salarial é R$ 3,9 mil X R$ 2 mil. Diferença de 94%.
A revelação dos milhões de demissões na iniciativa privada contra aumento de pessoal na máquina pública fez com que um ex-integrante do governo federal reclamasse publicamente. “11,5 milhões de trabalhadores da iniciativa privada, cidadãos de segunda categoria, perderam emprego no ano passado enquanto 145 mil novos servidores foram contratados no setor público”, afirmou o empresário Salim Mattar, ex-secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia. “Mais um dado que reforça o motivo de tamanha desigualdade em nosso país”, prosseguiu ele que, nesse sentido, escreveu o artigo “O Brasil de hoje é o resultado de 35 anos de governos social-democratas”. O conteúdo foi publicado na edição 43 da Revista Oeste.
A pesquisa do IDados não detalha qual ente federativo foi responsável pela maior parte das contrações de servidores no último ano. Em nota, o Ministério da Economia informou que “não foi criado nenhum cargo efetivo entre 2019 e 2020” no poder executivo federal civil.
A reportagem ficou incompleta. Seria importante detalhar onde houve o aumento de servidores públicos: Governo federal, estadual, municipal, estatais…