O ministro Adolfo Sachsida, de Minas e Energia, falou ao Senado, nesta terça-feira, 12, sobre a política nacional de combustíveis. No depoimento à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o representante do governo federal afirmou que o Brasil tem estoques de diesel para 50 dias, sem necessidade de importação.
Sachsida fez uma apresentação breve e depois respondeu a perguntas de senadores a respeito de recentes aumentos dos preços dos combustíveis e medidas planejadas para assegurar o abastecimento à população. O ministro de Minas e Energia falou logo depois de Paulo Guedes, ministro da Economia.
A ameaça de desabastecimento ronda o Brasil, em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia, que impacta a oferta global do combustível. A logística do diesel no país depende do transporte rodoviário, que tradicionalmente se volta às demandas da safra de grãos no segundo semestre. Assim, a possibilidade de escassez preocupa mercado e governo.
No início de junho, as estimativas do governo variavam entre 38 e 40 dias de independência de importações. Hoje, segundo o ministro de Minas e Energia, os estoques têm mais longevidade, na casa de 50 dias.
Além da atualização sobre a capacidade de estoque, Sachsida afirmou, em sua apresentação, que o país vai estar abastecido, com segurança, até dezembro deste ano.
“Se não puder importar mais petróleo, o Brasil ainda tem 50 dias de diesel sem importar petróleo. Nós estamos bem preparados, bem posicionados e olhando atentos ao que acontece no cenário internacional”, afirmou o ministro.
De acordo com dados da segunda-feira, os estoques de diesel A S-10 (sem adição de biodiesel) somavam 1,6 milhão de metros cúbicos, ou 1,6 bilhão de litros.
Preços da Petrobras
Na interação com os senadores, Sachsida ainda afirmou que o governo federal não tem como interferir na política de preços atualmente praticada pela Petrobras, apesar de ser acionista majoritário da estatal.
Por lei, a empresa tem autonomia de conduzir a questão, obedecendo o Preço de Paridade Internacional (PPI), baseado nos custos de importação, que incluem transporte e taxas portuárias como principais referências para o cálculo dos combustíveis.
A Petrobras anunciou em 17 de junho o último reajuste de preços de combustíveis. Os novos valores para a gasolina e o diesel passaram a valer no dia seguinte, com aumentos de 5,18% e 14,26%, respectivamente.
Sachsida, no entanto, destacou que o governo tem feito a sua parte, zerando tributos federais que incidem sobre o preço do diesel, em particular.