Diminuição de gastos dos brasileiros no exterior e de remessas de juros, lucros e dividendos também devem levar país a ter menor déficit nas contas externas em 13 anos
Em agosto, o superávit do Brasil — formado pela balança comercial (comércio entre o Brasil e outros países), pelos serviços (compra dos brasileiros lá fora) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior) — ficou em R$ 3,7 bilhões.
Foi o quinto mês seguido de resultados positivos para as contas externas brasileiras. Desta vez, elas foram puxadas pela balança comercial, que viu as importações diminuírem bastante por causa da pandemia e as exportações serem retomadas a partir de maio.
Os gastos dos brasileiros no exterior, ou seja, a parte de serviços, também foi o menor em 16 anos, porque a maior parte das fronteiras estão fechadas devido à crise do coronavírus. Bem como o desaquecimento da economia mundial trouxe déficit em renda.
Assim, no total do ano até agora, as contas externas brasileiras estão deficitárias em US$ 8,5 bilhões, 75% a menos do que no mesmo período do ano passado.
O Banco Central (BC) espera que 2020 termine com um déficit de US$ 13,9 bilhões, o melhor resultado das contas externas em 13 anos.
Também é importante dizer que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira já totalizam R$ 26,9 bilhões. O que significa que o déficit está coberto e não será necessário buscar recursos — como empréstimos no exterior — para fechar as contas do país.
A estimativa do BC é que, mesmo com a pandemia, o Brasil receba um total de US$ 55 bilhões em aportes estrangeiros neste ano.