Impulsionar iniciativas que ampliem o uso de tecnologias na produção e na disponibilização de serviços públicos é o objetivo do “Brasil Mais Digital”, linha de crédito aprovada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O programa vai disponibilizar US$ 1 bilhão para União, Estados, municípios e pequenas empresas, via bancos de fomento.
Estimativas do Ministério da Economia apontam que cada R$ 1 investido na área gera R$ 18 de retorno, seja porque os cidadãos otimizam tempo e dinheiro, ao ter acesso a esses serviços pela internet, ou porque há uma redução no custo de operação por parte do governo. Mediante os ganhos fiscais e sociais, tanto o governo brasileiro, quanto o BID consideram a aceleração da transformação digital estratégica.
Destinação das linhas de crédito
Os recursos da linha poderão ser utilizados para economia digital, infraestrutura digital, serviços digitais de governos e fatores habilitadores (incluindo alfabetização digital, formação de pessoal e soluções de segurança). Para garantir a boa execução dos projetos, o BID também vai disponibilizar assistência técnica. O prazo para pagamento dos empréstimos é de 25 anos (sendo cinco anos de carência) e as taxas de juros ficam em 1,29%.
Déficit de conectividade
De acordo com Morgan Doyle, representante do BID no Brasil, a linha de crédito ajudará o país a reduzir o gargalo existente em infraestrutura de conectividade. Um estudo inédito da instituição aponta que US$ 21,8 bilhões seriam necessários para suprir o déficit de conectividade no Brasil, informou o Estadão Conteúdo. Enfrentar esse problema poderia criar quase 3 milhões de empregos diretos e poderia ajudar com um crescimento do PIB em 6,53% e um aumento de 5,36% na produtividade.
Para o secretário de Governo Digital do Ministério da Economia, Luís Felipe Monteiro, o desejo de cidades, Estados e União é buscar um alinhamento nas ações, mas muitas vezes faltam recursos. O que será, em parte, reduzido com a linha de crédito: “Precisamos desse alinhamento das ações de governo digital. O cidadão não tem como saber que órgão, que ente de governo é responsável por determinado serviço. Nós temos um labirinto hoje, no mundo presencial, em que o cidadão precisa descobrir aonde ele vai, aquela agência não é responsável por aquele serviço, ele acaba tendo de sair com a pastinha debaixo do braço, pegar um ônibus e ir para outro lugar. No mundo digital, essas limitações físicas desaparecem”, disse.
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Ah váh! são empréstimos….