A petroquímica Braskem registrou um prejuízo de R$ 1,57 bilhão no quarto trimestre de 2023, tendo uma queda de 8% sobre o resultado negativo de 2022. No ano passado, o valor total do prejuízo foi de R$ 4,5 bilhões.
Segundo informações publicadas no jornal Folha de S.Paulo nesta terça-feira, 19, a empresa alega que o desempenho foi provocado por menores margens de venda e por aumento de provisões para lidar com o desastre de Maceió, em Alagoas.
Estabilizada como um dos gigantes globais do setor petroquímico, a Braskem é alvo de interesse da estatal Abu Dhabi Adnoc, dos Emirados Árabes Unidos. A empresa está negociando a compra da participação da Novonor (ex-Odebrecht). A Petrobras também avalia a operação.
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A Braskem também é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado que apura as responsabilidades da empresa no desastre em Maceió, que já provocou a remoção de milhares de pessoas de suas casas diante do risco de colapso de minas de sal-gema.
Em 2023, depois do colapso de uma das minas, a Braskem decidiu ampliar em R$ 2,3 bilhões as provisões feitas para remediação da crise. Durante o ano, desembolsou R$ 3,8 bilhões em indenizações e medidas compensatórias.
A Braskem é a sexta maior fabricante de produtos químicos do mundo, com fábricas em três países, além do Brasil. Sua controladora, a Novonor, quer sair do negócio para pagar cerca de R$ 15 bilhões em dívidas com bancos e destravar seu processo de recuperação judicial.
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A Petrobras é sócia minoritária da petroquímica e tem como opções vender sua fatia ou até comprar a participação da Novonor pelo mesmo valor ofertado pela futura compradora. A estatal também pode permanecer como sócia do novo controlador, cenário mais provável atualmente.
A Braskem terminou 2023 com US$ 3,6 bilhões (R$ 18 bilhões) em caixa, sem considerar linha disponível de crédito rotativo de US$ 1 bilhão que vence em 2026.
Braskem explorou sal-gema equivalente a 700 mil caminhões de areia
Durante depoimento à CPI da Braskem, o geólogo e servidor aposentado da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) Thales Sampaio disse que a Braskem explorou uma quantidade de sal-gema equivalente a 700 mil caminhões de areia no subsolo de Maceió.
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“Setecentos mil caminhões de areia, o equivalente a três estádios do Maracanã”, disse Sampaio. “Pela quantidade de vazios que existem no subsolo de Maceió, a quantidade de areia é absurda para preencher, e a operação de engenharia é mais absurda ainda.”
Em 2019, o especialista liderou o estudo que revelou que a empresa é a responsável pelo afundamento nos bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol, em Maceió.
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