A caderneta de poupança registrou recorde na saída de recursos para o primeiro trimestre, desde o início da série histórica, que começou em 1995. O volume de saques de janeiro a março deste ano foi de R$ 51,2 bilhões, uma alta de quase 27%, em comparação com o saldo negativo do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Banco Central, nesta quinta-feira, 6.
Desde o início de 2023, os brasileiros depositaram R$ 908 bilhões na poupança. Entretanto, sacaram R$ 959 bilhões. Todos os meses fundamentados do ano registraram saldo negativo:
- janeiro – saldo negativo recorde de R$ 33,6 bilhões;
- fevereiro – saldo negativo de R$ 11,5 bilhões;
- março – saldo negativo de R$ 6,1 bilhões.
A evasão de dinheiro no trimestre é puxada pelo momento em que as famílias estão mais endividadas e os juros elevados. Além disso, a inflação do país atingiu 5,6% no acumulado de 12 meses até fevereiro. O índice permanece acima do teto da meta.
O estoque — volume total de recursos aplicados na poupança — caiu R$ 31,6 bilhões de dezembro de 2022 a março deste ano. No período, a rentabilidade da caderneta registrou ganhos de R$ 19 bilhões, o maior valor da série histórica.
Caderneta de poupança em março
Em março deste ano, os brasileiros retiraram R$ 6 bilhões da poupança. O saldo negativo é o menor que o registrado no mesmo período do ano passado, quando mais de R$ 15 bilhões foram sacados da operação — queda de mais de 60%.
Com a queda de recursos registrada em março, o estoque da caderneta passou de R$ 968 bilhões para R$ 967,5 bilhões. Recuou R$ 544 milhões. Os rendimentos da poupança diminuíram o valor a ser descontado no volume total de depósitos. Somaram R$ 5,54 bilhões em março.
Tirem mesmo, pois (a poupança) pode se tornar um alvo do molusco, como fez o Collor.