O CEO do banco norte-americano JPMorgan, Jamie Dimon, disse nesta quarta-feira, 17, que permanece cauteloso em relação à economia dos Estados Unidos, devido a possíveis riscos financeiros e geopolíticos.
“Você tem várias forças muito poderosas que vão nos afetar em 2024 e 2025”, disse Dimon à CNBC, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
Dimon explicou sobre as forças a que se referiu: “[O conflito da] Ucrânia, a atividade terrorista em Israel [e] no Mar Vermelho, [um] aperto quantitativo, o qual ainda questiono se entendemos exatamente como funciona”.
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Aperto quantitativo refere-se às ações do Federal Reserve (FED), o Banco Central dos EUA, para reduzir seu balanço e controlar esforços anteriores, incluindo programas de compra de títulos públicos.
O CEO do banco tem defendido cautela nos últimos anos, apesar dos lucros recordes no JPMorgan — o maior banco dos EUA — e uma economia norte-americana que desafiou as expectativas.
Apesar do impacto corrosivo da inflação, o consumidor dos EUA permaneceu saudável devido a bons níveis de emprego e economias durante a pandemia da covid-19.
Na visão de Dimon, o mercado de ações relativamente animado dos últimos meses embalou os investidores sobre os riscos potenciais à frente.
O índice de S&P 500 (Standard & Poor’s) subiu 19% no último ano e não está longe dos níveis máximos.
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Para Jamie Dimon, é um erro achar que o mundo está às mil maravilhas
“Eu acho que é um erro presumir que tudo está às mil maravilhas”, disse Dimon.
“Quando o mercado de ações está em alta, é como se fosse uma droga que todos nós usamos. Mas lembre-se, tivemos muitos estímulos fiscais e monetários, então estou um pouco mais do lado cauteloso.”
Já o CEO do banco Goldman Sachs, David Solomon, anda preocupado com os crescentes níveis de dívida dos EUA. Além disso, ele afirmou que embora o mercado (excluindo as questões geopolíticas) “pareça melhor hoje” do que há um ano, a questão dos gastos fiscais é preocupante.
“Estou muito preocupado com o aumento da dívida”, disse Solomon. “É um grande risco que teremos que enfrentar e lidar; só pode não acontecer nos próximos seis meses.”
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Além disso, Dimon não é um novato nas previsões preocupantes. Em 2022, ele alertou os investidores sobre um “furacão” econômico que viria, devido ao aperto quantitativo e ao conflito na Ucrânia.
“Temos que ensinar ao público norte-americano que isso diz respeito à liberdade e à democracia para o mundo livre”, disse Dimon, sobre o conflito na Ucrânia.
“E é por isso que a batalha está sendo travada.”
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