A Shein, e-commerce de roupas com baixo custo, foi acusada judicialmente nos Estados Unidos (EUA) de usar práticas “mafiosas” por sua mais nova concorrente, a Temu, na última quarta-feira, 13. Segundo a denuncia, empresa de origem chinesa estaria coagindo fornecedores a fecharem contratos exclusivos para reprimir a concorrência.
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De acordo com o processo da Whaleco, operadora da Temu nos EUA, a Shein orquestrou um “esquema multifacetado” para desacelerar o crescimento da concorrente. Entre as ações acusadas no processo, a varejista estaria intimidando comerciantes e instigando processos infundados de violação de direitos autorais contra a Temu.
“A Shein sufoca os fornecedores de moda ultrarrápida com exigências de exclusividade e táticas de intimidação e detenção no estilo mafioso contra fornecedores que ousam vender para a Temu, incluindo prisão falsa”, informa documento. “Apreensão de celulares durante reuniões convocadas pela Shein sob falsos pretextos.”
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A Temu acusa a concorrente de deter representantes de fornecedores no escritório por horas afirmando falsamente que eles seriam presos. A Shein é descrita no processo como tendo “poder de monopólio no mercado de moda ultrarrápida dos EUA”.
Shein enfrenta outras investigações nos EUA
A Shein negou ter realizado as práticas pelas quais foi acusada pela concorrente. “Acreditamos que esse processo não tem mérito e nos defenderemos vigorosamente”, disse o porta-voz da empresa ao jornal norte-americano The New York Times.
Além do processo movido pela Temu, a empresa tem recebido outros questionamentos dos legisladores em Washington, capital dos EUA, sobre suas práticas comerciais. Os fiscais têm investigado a conduta da empresa, sobretudo relacionado à cadeia de suprimentos mantida pela companhia.
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Alguns relatórios ligaram o algodão adquirido pela empresa a Xinjiang, região na China, onde o governo tem explorado a mão de obra da etnia uigur. A Shein também foi acusada de roubar propriedade intelectual de designers independentes.