O ex-presidente da Americanas Miguel Gutierrez foi convocado para prestar depoimento na terça-feira 4 de julho na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura o rombo na varejista. Gutierrez foi o titular do cargo por duas décadas. Ele saiu em dezembro.
Um mês depois, o novo presidente, Sérgio Ria, anunciou um rombo contábil superior a R$ 20 bilhões. Em 11 de janeiro, a Americanas pediu recuperação judicial.
Até o início deste mês, a varejista trabalhava com a hipótese de um problema contábil. Porém, depois de um relatório independente, feito pelo departamento jurídico, a Americanas informou, por meio de um comunicado de fato relevante ao mercado, que houve fraude praticada pela diretoria anterior.
“Os documentos analisados indicam que as demonstrações financeiras da Companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas”, informou a varejista no comunicado emitido em 13 de junho.
Além de Gutierrez, também foi convocado pela CPI da Americanas para depor o ex-diretor financeiro André Covre, que assumiu o posto no em dezembro de 2022, poucos dias antes da revelação do rombo. Na CPI, ele será questionado sobre a descoberta do rombo contábil.
Atual presidente da Americanas já depôs na CPI
O relatório independente da Americanas analisou documentos internos e correspondências dos diretores da varejistas. Na CPI, o presidente da companhia, Leonardo Coelho Pereira, afirmou que a fraude teria conivência das empresas encarregadas de auditar a Americanas, a Price Waterhouse Coopers (PwC) e a KPMG, e dos bancos Itaú e Santander, que teriam minimizado as dívidas da companhia.
A KPMG e a PwC afirmam que, por questão de sigilo profissional, não podem comentar situações que envolvem clientes ou ex-clientes. Itaú e Santander negam qualquer envolvimento ou conivência com as fraudes.
Já foram protocolados requerimentos para convocar os diretores das auditorias e dos bancos a prestarem depoimento.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também investiga a fraude na Americanas.