A pandemia de covid-19 impôs um momento dramático para todo o mundo, com milhões de mortes causadas pela doença transmitida pelo novo coronavírus, além do duro impacto econômico global em função do fechamento da economia e das medidas de restrição à circulação das pessoas. Houve algumas áreas da economia, por outro lado, que não só foram menos atingidas como, inclusive, registraram crescimento durante os últimos 20 meses.
É o caso, naturalmente, do comércio eletrônico, que ganhou força a partir do crescimento exponencial das vendas on-line. Uma reportagem publicada pelo jornal britânico Financial Times mostra que os chamados galpões logísticos das empresas se tornaram itens estratégicos para diversos modelos de negócio, não só por expandir os centros de distribuição como por facilitar a vida do consumidor, permitindo trocas de produtos e compras pela internet com maior agilidade.
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O jornal ilustra a reportagem com o exemplo do empresário Hamid Moghadam, que atuava como investidor imobiliário no início da pandemia de covid-19. Na época, ele vendeu grande parte de seu portfólio, concentrado basicamente em shopping centers, e decidiu investir em galpões, depósitos e armazéns, criando a Webvan, uma mercearia on-line pioneira.
A empresa acabou não resistindo aos primeiros impactos da pandemia sobre a economia, mas Moghadam não abandonou a ideia. Os galpões foram o embrião do que é hoje uma das maiores empresas imobiliárias do mundo, a Prologis, um fundo de investimento imobiliário que administra esses espaços em 19 países. Entre os inquilinos que geram grande lucro para o empresário, estão gigantes como Amazon, Walmart e Home Depot.
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“Na verdade, eu não tenho uma única ideia nova desde 1999”, brinca Moghadam, lembrando que os galpões já foram ridicularizados e classificados, até há pouco tempo, como “inúteis”, “anacrônicos” e espaços “com quatro paredes e um telhado”
Desde o início da pandemia, o comércio eletrônico registrou um salto de 15% para 25% das vendas globais do varejo. O crescimento dos negócios administrados pela Prologis foi ainda maior, pois os galpões utilizados pelo setor requerem um tamanho bem maior do que os tradicionais — justamente em razão da grande demanda de devolução de produtos, por exemplo.
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