Por causa dos recentes ataques terroristas dos houthis a navios no Mar Vermelho, o comércio marítimo está enfrentando novos desafios. Em seu último relatório, o banco japonês Nomura alertou para os prejuízos causados pelo grupo extremista do Iêmen.
“O Mar Vermelho tem uma relevância estratégica para o comércio, por ser a única rota para o Canal de Suez”, observou o banco, no documento. Conforme a Bloomberg, quase 12% do comércio mundial passa pelo Canal de Suez, que inclui também até 30% do tráfego de contêineres.
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Em virtude dos ataques terroristas e dos baixos níveis de água no Canal do Panamá, esses navios estão sendo obrigados a desviar de sua rota original.
“A mudança de rota aumenta a distância de transporte em aproximadamente 30%”, informam os analistas do banco japonês. “Adiciona entre sete e dez dias ao tempo de transporte em cada direção, gerando viagens mais longas e atrasos nas entregas.”
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Além disso, os estrategistas do banco japonês disseram que o Canal de Suez oferece a rota marítima mais curta entre a Ásia e a Europa, com aproximadamente 40% do comércio passando pelo canal.
“Cerca de 8-10% do petróleo mundial e 8% do gás natural passam pelo Mar Vermelho”, afirmam os analistas do Nomura. “Mais tempo e custos de trânsito.”
Além disso, o banco informou que “os custos de transporte também aumentaram por causa do aumento das tarifas de frete, custos trabalhistas e prêmios de seguro”. “É compreensível que o impacto nos custos de transporte tenha sido maior na Ásia e Europa do que nos Estados Unidos”, observou Nomura.
Fretes e custos de transporte marítimo têm aumentado expressivamente
Conforme o relatório, o índice composto de fretes do Índice Mundial de Contêineres (WCI) cresceu quase 150% desde 14 de dezembro.
Por exemplo, as tarifas de frete de Xangai para Roterdã aumentaram 243% durante o mesmo período. Essas são as tarifas de frete mais altas desde o início da série em 2011, excluindo a pandemia da covid-19.
Houve também aumentos dos custos de transporte e das taxas de seguro, especialmente para navios dos Estados Unidos, do Reino Unido e de Israel.
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Conforme o banco, a Europa deve ser a região mais afetada. Já o setor mais afetado deve ser o de automóveis. “Isso porque os fabricantes de automóveis da União Europeia dependem muito da Ásia para o fornecimento de veículos elétricos”, explicou o banco. “Existe um atraso na entrega de materiais e componentes de fabricação da Ásia.”
Os analistas dizem ainda que, “no caso dos automóveis, os atrasos nos envios de peças e componentes estão causando reduções na produção na Alemanha, Bélgica, Espanha e Hungria”.
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