Órgão adverte para a responsabilidade fiscal do país, como a manutenção do teto de gastos públicos
Álvaro Pereira, diretor do departamento de economia da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), assegurou que a entrada do Brasil no organismo não deve demorar. “Eu acho que o Brasil tem mostrado ao mundo que tem vontade de reformar e quer abrir-se mais. Eu não tenho dúvidas que o país vai entrar na OCDE. É uma questão de tempo”, declarou, ao lançar o relatório do órgão sobre a economia brasileira, na quarta-feira 16. “E vai ser um dos países mais importantes que nós temos na OCDE”, acrescentou.
Conforme o documento, o Brasil deve registrar uma queda de 5% no Produto Interno Bruto (PIB) este ano. Contudo, para 2021, a taxa de crescimento esperada é de 2,6%. A estimativa para 2022 é de avanço de 2,2% Ainda segundo a papelada, a formação bruta de capital fixo deve ter uma recuperação mais forte depois da queda de 5,1% projetada pela OCDE para este ano. Pelos cálculos da entidade, a taxa de investimentos deve acelerar nos próximos anos, chegando a um resultado positivo de 4,4% em 2021 e de 5,6% em 2022.
Além disso, a OCDE aposta na retomada do ajuste fiscal pela equipe econômica do governo. O relatório aponta que o déficit primário (o rombo nas contas públicas) deve recuar de 10,7% do PIB em 2020 para 2,8% em 2021 e 2,3% em 2022. Na terça-feira 15, o Ministério da Economia enviou ao Congresso Nacional uma atualização da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2021, com uma meta de déficit primário de R$ 247 bilhões, equivalentes a 3,16% do PIB. Para a OCDE, o governo tem de garantir o cumprimento das regras fiscais.
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