Um estudo da Economatica publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que a dívida bruta das empresas de capital aberto mais do que dobrou em um período de dez anos, entre dezembro de 2011 e março de 2021. De acordo com o levantamento, o valor aumentou de R$ 486 bilhões para R$ 1,213 trilhão, o que corresponde a uma alta de 149,6%. Em termos reais (descontada a inflação acumulada de 66,7%), o crescimento da dívida foi de quase 50%.
Em relação ao patrimônio líquido, o endividamento alcançou 115,4% em março deste ano, ante 75,9% em 2011. A pesquisa envolveu 239 empresas não financeiras de diferentes ramos de atividade que divulgaram seus balanços do primeiro trimestre deste ano até o dia 10 de maio. A Petrobras e a Vale foram excluídas do estudo, pois suas dívidas (de R$ 404,3 bilhões e de R$ 78,7 bilhões, respectivamente) provocariam uma forte distorção. Se tivessem sido incluídas no levantamento, a dívida bruta total alcançaria R$ 1,7 trilhão (40% a mais).
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“Teve muito solavanco no meio do caminho”, diz o economista Adriano Pitoli, ex-diretor de análise setorial e regional da Tendências Consultoria e ex-chefe do núcleo da Secretaria de Indústria e Comércio do Ministério da Economia em São Paulo. “Muitas empresas não tinham alternativa e tomaram crédito para sobreviver”, completa.
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