O dólar comercial disparou, nesta quinta-feira, 18, e fechou próximo a R$ 5,589, impulsionado por temores sobre ajustes fiscais no Brasil. Investidores adotaram posições defensivas devido às incertezas nas contas públicas.
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Outro fator que sustentou a alta do dólar foi o aumento dos rendimentos dos treasuries norte-americanos. Às 16h38, o rendimento do Treasury de dez anos subia 5 pontos-base, atingindo 4,198%, uma referência global para decisões de investimento.
Alta do dólar e contratos futuros
O dólar comercial fechou com alta de 1,89%, a R$ 5,587, tanto na compra quanto na venda. Na B3 (Bolsa de Valores do Brasil), o contrato futuro de dólar com vencimento mais próximo subiu 1,76%, alcançando quase 5,6 mil pontos.
Na quarta-feira 17, o dólar à vista encerrou o dia a R$ 5,485, depois de subir 1,03%. Em dois dias, a moeda norte-americana acumulou alta de 2,94%, equivalente a 16 centavos de real.
Preocupações fiscais impulsionam a moeda
A retomada da alta do dólar, nesta semana, está relacionada às preocupações do mercado com o cenário fiscal brasileiro. Recentemente, o presidente Lula declarou que o ajuste fiscal pode não ser sempre sua prioridade se houver “coisas mais importantes para fazer”.
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No próximo dia 22, o governo apresentará o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, que definirá quanto será necessário contingenciar no Orçamento para cumprir a meta de resultado primário zero de 2024.
Declarações do governo não acalmam o mercado
Nesta quinta-feira, 18, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que Lula determinou que “o governo não deve gastar mais do que arrecada”, premissa que deve se refletir no Orçamento do próximo ano. No entanto, esses comentários não acalmaram os investidores.
Além do cenário interno, a valorização do dólar no exterior também contribuiu para a alta da moeda frente ao real. A moeda estrangeira teve ganhos expressivos em relação a outras divisas de mercados emergentes, incluindo o real, o peso chileno, o peso mexicano e o peso colombiano.