A empresa norte-americana UnitedHealth Group (UHG) retomou o processo de venda da operadora de saúde Amil.
O grupo pretende se desfazer de todo o ativo no país. A lista de bens inclui cerca de 5,4 milhões de usuários, entre planos de saúde e dental, uma rede com 31 hospitais (com 4,1 mil leitos) e 28 centros médicos.
Ainda em fase inicial, o novo processo de venda, assessorado pelo BTG, prevê diversos formatos. Há diversos interessados no negócio, em razão das cifras elevadas do negócio, segundo o jornal Valor Econômico.
Os ativos da operadora Amil
Algumas gestoras com experiência na área da saúde já demonstraram interesse no ativo da operadora.
De acordo com estimativas do Bank of America Merrill Lynch (BofA), a Amil é avaliada entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões, sem considerar a carteira de planos de saúde individual. Esta última é deficitária e tem sido o grande entrave nas tentativas de venda da operadora. As negociações já se arrastam por cerca de três anos.
Em 2021, a UHG chegou a oferecer R$ 3 bilhões para um grupo de investidores ficar com cerca de 340 mil contratos de convênio individual e quatro hospitais. Mas a transação acabou gerando uma série de reclamações e foi barrada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Prejuízo bilionário
A nova tentativa de vender o ativo ocorre em um momento em que a operadora voltou a registrar mais um semestre de resultado negativo.
Nos primeiros seis meses do ano, a Amil fechou com prejuízo operacional de R$ 1,6 bilhão e um prejuízo líquido de R$ 866 milhões. Foi o pior resultado do setor.
Boa parte do prejuízo se deve à carteira individual, que tem uma taxa de sinistralidade (relação entre o custo dos sinistros e o prêmio recebido pelas operadoras de planos de saúde) superior a 100%. Segundo estimativas do mercado, há uma piora nesse quesito de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões por ano.
Os planos de saúde estão comprometendo o atendimento de seus cliente usando de todos os subterfúgios para descredenciarem laboratórios, hospitais que não sejam próprios e pagando mal os médicos que deixam de atender ou marcam consultas para daqui a 3 meses quando sabem que é pelos convênios.
É sempre assim, o negócio gera prejuízos, pagam mal os médicos e parceiros, atendem mal, mas os donos estão sempre no topo dos mais ricos do país.
O que fazer se acabei de contratar a Amil?