De março a maio, uma loja virtual foi aberta por minuto no país, que somou 107 mil novos estabelecimentos virtuais apenas no período
Em julho do ano passado, uma pesquisa da BigData Corp em parceria com o PayPal comemorava que o e-commerce no Brasil havia crescido 37% de 2018 para 2019. O Brasil fechou o ano com um total de 930 mil lojas virtuais.
Menos de um ano depois, por causa da pandemia de coronavírus, o país abriu nada menos que 107 mil lojas entre março e maio, mais de uma por minuto.
De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), este foi o caminho encontrado pela maioria dos empresários que tiveram seus estabelecimentos fechados para poderem continuar a atuar e manter os negócios abertos.
É possível encontrar de tudo um pouco: de produtos de limpeza a roupas de grife.
Antes do confinamento social, a média de aberturas de lojas on-line era de 10 mil por mês. “Esse é o legado positivo de toda situação negativa que estamos vivendo”, aponta o presidente da Abcomm, Maurício Salvador.
Até mesmo centros comerciais físicos tradicionais, como o Bom Retiro, em São Paulo, tiveram de se adaptar para conseguirem sobreviver à imposição de ficar em casa e manter as portas abaixadas. Por lá, 75% das lojas agora fazem algum tipo de venda pela internet.
Mesmo quem não criou um site específico de vendas, teve de se adaptar. Muitos passaram a usar o WhatsApp como ferramenta de vendas ou se adaptaram a algum marketplace, como o Mercado Livre, OLX ou Ozllo.
Há quem aposte que as compras pela internet são um hábito que veio para ficar. “Ficou claro que o modelo digital dá resultado”, destacou o presidente da Trevisan Escola de Negócios, VanDick Silveira. “”É uma mudança radical. Tivemos um salto de cinco anos nesse processo (de digitalização do consumidor)”.