A Eletrobras vai lançar, na terça-feira, 20, um novo programa de demissão voluntária (PDV). Será o segundo desde a capitalização da empresa, em junho do ano passado. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 19.
Conforme a companhia, o programa será implantado com a previsão de que pelo menos 1,5 mil funcionários façam a adesão ao PDV. De acordo com a Eletrobras, o programa está previsto no Acordo Coletivo de Trabalho.
“As estimativas para o custeio global variam entre R$ 450 milhões e R$ 750 milhões, com um payback similar aos planos anteriormente praticados”, explicou a companhia em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
De acordo com o documento, os funcionários poderão se inscrever no PDV até 21 de julho. Os desligamentos correrão a juízo e conveniência da companhia, haja vista “o compromisso inarredável com a excelência, segurança das pessoas e das operações, formação de sucessores em áreas críticas e gestão de conhecimento”.
A Eletrobras afirma que o lançamento do PDV está associado a medidas de otimização de custos e despesas operacionais, ao Plano Estratégico 2023-2027, além de viabilizar maior aderência à nova estrutura organizacional da companhia que está em fase final de modelagem e implantação.
“Após o fechamento das inscrições, a companhia manterá o mercado informado em relação à adesão e ao refinamento do custo financeiro da iniciativa, a partir do balanço final dos empregados efetivamente inscritos.”
Eletrobras perde 30% em valor de mercado desde a eleição de Lula
A Eletrobras registrou uma queda de 30% em seu valor de mercado desde a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em outubro de 2022. No começo deste mês, a empresa estava avaliada em R$ 80,5 bilhões.
No mesmo período, o Ibovespa caiu 6,5%, enquanto o Índice de Energia Elétrica (IEE), que considera os principais ativos do setor, teve um leve aumento de 0,08%.
O presidente Lula tem sido um crítico da privatização da Eletrobras e defendeu a reestatização da empresa durante o processo de capitalização em 2022. Desde que assumiu a Presidência, suas críticas se intensificaram.
Em um evento em Fortaleza (CE), na sexta-feira, Lula reafirmou sua posição contrária à privatização, chamando-a de “coisa de lesa-pátria” e destacando a necessidade de denunciar as regras impostas pelo governo.
Lula também mencionou a iniciativa do governo para aumentar sua participação no Conselho de Administração da Eletrobras. A gestão petista busca no Supremo Tribunal Federal (STF) ter direito a 43% das cadeiras. Atualmente, o governo detém 43% das ações da empresa, mas apenas uma cadeira no colegiado.
Em 5 de maio, a Advocacia Geral da União (AGU), sob a liderança de Lula, entrou com uma ação no STF questionando o limite de 10% de direito de voto da União na Eletrobras.
Isto serve para mostrar que empresa pública é um cabide de empregos.
As privatizadas trabalham com a cabeça e não com a política.