O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre deve crescer a uma taxa de 0,6%, segundo 75 projeções de instituições financeiras consultadas pelo jornal Valor Econômico e divulgadas nesta segunda-feira, 28.
O valor projetado de crescimento de julho a setembro é a metade do registrado no trimestre anterior (1,2%). A desaceleração da atividade no período já era esperada pelos economistas, por causa das turbulências externas e da política monetária local.
Ainda assim, a avaliação é que o desempenho do PIB de julho a setembro pode ter sido até melhor do que o antecipado, com o crescimento do setor de serviços, agropecuária e o mercado de trabalho aquecido.
Desde o último trimestre do ano passado, houve crescimento médio de 1% do PIB, nas comparações trimestrais, refletindo um quadro favorável da economia global, com preços de commodities elevados, a reabertura da economia doméstica a partir da melhora dos indicadores da covid-19 e estímulos fiscais, como saques extraordinários do FGTS e adiantamento do 13º salário dos aposentados.
Do lado da demanda, o crescimento é sustentado pelo consumo das famílias, sob o efeito do aumento do Auxílio Brasil e o alívio na inflação, como resultado da redução de preços de combustíveis, por exemplo — e da evolução do mercado de trabalho, que vem surpreendendo na velocidade e na intensidade de recuperação.
Os bancos Santander e Itaú elevaram a revisão do PIB no período por causa da expansão dos segmentos de serviços e agropecuária, que foram classificados como “bastante fortes e resilientes”, pela gestora de fundos Wealth High Governance.
O dado oficial do IBGE para o terceiro trimestre será divulgado na quinta-feira, 1º.
Cenário externo vai refletir no Brasil
Para este segundo semestre, o cenário interno deve sofrer com as mudanças econômicas externas, segundo as principais gestoras.
Os Estados Unidos estão em um movimento de alta de juros, a Europa sofre com a crise energética e o risco de recessão e a China está em forte desaceleração, por causa da política “covid zero”. Com isso, o mundo vai crescer menos, conforme indica a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Os especialistas também apontam uma desaceleração nos preços de commodities.