O executivo Miguel Gutierrez, ex-CEO das Lojas Americanas, deve pedir uma perícia do relatório produzido pela atual diretoria da varejista à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura a fraude contábil na empresa.
A ideia da defesa do executivo é negar sua culpa e descobrir quem foi o responsável pelos documentos que deram base ao relatório — e também a data de sua criação.
Dessa forma, a defesa quer saber se é possível dizer se houve ou não manipulação da Americanas na elaboração do documento.
O relatório que o ex-CEO da Americanas pode contestar
O relatório foi apresentado à CPI pelo atual CEO da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, em uma sessão de 13 de junho de 2023.
O relatório de Pereira foi apresentado com imagens de conversas do WhatsApp e de e-mails trocados entre os ex-integrantes da diretoria da Americanas, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo.
Esse documento classifica o rombo de R$ 20 bilhões da Americanas como resultado de uma fraude. Antes, o buraco nas contas da varejista era tratado como mera inconsistência contábil.
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Outra estratégia que a defesa do ex-CEO da Americanas pretende utilizar é expor como funciona a governança de uma empresa do tamanho da varejista. Gutierrez quer mostrar que não teria responsabilidade pela fraude, em razão do sistema organizacional da empresa.
O objetivo é passar a responsabilidade do rombo para as auditoras, para os bancos e para os acionistas da Americanas, liderados por Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles.
Em entrevista à Folha, a Americanas alega que o relatório apresentado na CPI teve como base documentos entregues pelo “Comitê de Investigação Independente”. A administração da varejista e seus assessores jurídicos teriam identificado irregularidades nesse material.