Pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) revela que os itens mais consumidos na Páscoa tiveram aumento de quase 4% nos últimos 12 meses, bem abaixo da inflação acumulada entre abril de 2021 e março deste ano, pelo Índice de Preços ao Consumidor — Mercado (IPC-M) da FGV, pouco acima de 9%.
O resultado também aponta para uma forte desaceleração de preços em comparação ao ano passado, quando a cesta cresceu 25%.
De acordo com Matheus Peçanha, economista e pesquisador do Ibre/FGV, ao contrário do ano passado, quando problemas climáticos e a desvalorização cambial afetaram tanto a produção nacional do campo como os importados, o problema de monções em 2022 e o fim da seca generalizada fizeram os produtos hortifrutigranjeiros assumirem o protagonismo da inflação. Ao mesmo tempo, permitiram que o arroz, que subiu 60% nos últimos 12 meses, mostrasse deflação de 12% na Páscoa deste ano.
Entre os produtos que mais subiram, o economista destacou os relacionados aos hortifrúti, proteínas e importados, como couve (21%), batata-inglesa (18%), sardinha em conserva (16%), azeite (15%), azeitona em conserva (14%) e bacalhau (11%). Peçanha informou que, se o arroz fosse retirado da cesta, a inflação dos itens de Páscoa seria superior ao IPC-M, alcançando quase 10%.
Peçanha também disse que, além do aumento já registrado de 8% do pescado fresco e quase 10% dos ovos, os preços desses itens tradicionais podem subir ainda mais, devido à pressão sazonal da demanda às vésperas da Semana Santa. Afirmou também que ovos e colombas de Páscoa, que não são contemplados no IPC, devem, do mesmo modo, ser pressionados pela tradição da época.
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*Com informações da Agência Brasil