A reabertura dos mercados e o reaquecimento da economia estão afetando o transporte marítimo com a falta de contêineres para a entrega de diversos produtos por navios.
Durante a pandemia, grandes mercados como China e Estados Unidos reduziram o ritmo de produção e consumo, mas, agora, eles demandam boa parte dos contêineres disponíveis.
Com o aumento da demanda, os proprietários preferem destinar os equipamentos às empresas que pagarem mais pelos fretes ou então a produtos industrializados, de maior valor agregado.
Países fornecedores de matérias-primas, como o Brasil, têm que esperar para conseguir embarcar seus produtos.
A falta de contêineres tem como efeito imediato a alta nos custos para produtores que exportam. Sem ter como embarcar os produtos, é necessário arcar com despesas de logística e armazenamento até finalmente conseguirem escoar a produção.
No agronegócio, os itens mais afetados são as carnes bovina e de aves, café, algodão e fumo, que dependem de contêineres. Os fretes na rota Brasil-China aumentaram 625% desde o início da pandemia.
De acordo com a Confederação Nacional de Agricultura, antes da pandemia o preço do aluguel de um contêiner nessa rota era de US$ 2 mil e, agora, saltou para US$ 14,5 mil.
Na pandemia, setor portuário cresceu
O setor portuário brasileiro movimentou cerca de 810 milhões de toneladas de janeiro a agosto deste ano, segundo dados da Agência Nacional de Portos e Transportes Aquaviários. Esse é um crescimento de 7,5% em comparação com o mesmo período de 2020.
Do volume total de cargas movimentadas, 66% passaram pelos terminais privados e os outros 34%, pelos portos públicos.
O principal é o Porto de Santos, considerado o maior complexo portuário da América Latina e o que mais movimenta contêineres no país, onde são transportadas as cargas de maior valor agregado. Com as privatizações, a expectativa é investir mais de R$ 10 bilhões e dobrar a atual capacidade do porto até 2040.
O transporte marítimo é responsável por mais de 95% das cargas exportadas e importadas pelo Brasil. Mesmo com a pandemia, o setor portuário brasileiro avançou cerca de 4% no ano passado, segundo o Ministério da Infraestrutura. A expectativa é encerrar 2021 com crescimento de até 7%.