A alta demanda de investidores por projetos e equipamentos de geração de energia limpa está gerando inflação e problemas na cadeia de abastecimento do setor.
Assim, em 2021 as empresas de energia tiveram que gastar mais para construir fazendas solares e eólicas, segundo o jornal O Estado de S.Paulo.
Além disso, o custo da produção de equipamentos de geração de energia limpa também está sendo afetado pela alta inflacionária dos preços de insumos, como silício e cobre.
De acordo com a Agência Internacional de Energia, os preços do polissilício, o alicerce dos painéis solares, mais do que quadruplicaram desde o início de 2020.
A demanda mais alta pela energia limpa vem sendo impulsionada por pressões políticas e de mercado.
Assim, elas tentam incentivar a transição das matrizes energéticas tradicionais, baseadas em carvão, gás e petróleo, para fontes de energia renovável.
O objetivo é evitar que a temperatura global se eleve mais que 1,5°C em relação a patamares pré-industriais.
Por isso, a última cúpula do clima (COP 26), realizada na Escócia em novembro, resultou em um acordo para a redução gradual do consumo de combustíveis fósseis.
“Nos últimos 10 anos, houve três certezas na vida: morte, impostos e preços mais baixos para painéis solares”.
A afirmação é do chefe de pesquisa da firma de investimentos ThomasLloyd Group, Nick Parsons, segundo o jornal Estado de S.Paulo. “Não é tão evidente que seja o caso hoje.”
Inflação reduziu retorno de projetos de energia limpa
Os preços mais altos de matérias primas e equipamentos tornaram os projetos reduziram a margem de retorno dos investidores sobre ativos eólicos e solares.
“Há um nível tão grande de interesse em empregar capital em infraestrutura verde que está empurrando os preços para cima e os retornos para baixo”, disse Jonathan Maxwell, da Sustainable Development Capital LLP,.
Mas, segundo o jornal O Estado de S.Paulo, antes da alta, um projeto de energia solar gerava um retorno de 8% a 9% do investimento.
Porém, o aumento dos custos pode reduzir essa margem em 1 a 1,5 pontos percentuais.
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