Considerada pelos institutos de meteorologia “extraordinária e fora da curva histórica”, a onda de calor que atinge o Brasil já causa prejuízos ao agronegócio. A previsão é um de grande impacto na economia do setor, o que pode afetar a vida do consumidor em 2024.
De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a instabilidade climática – altas temperaturas e tempestades fora do comum – já causou um rombo de R$ 300 bilhões à agropecuária, entre 2013 e 2022.
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Somente nos primeiros nove meses deste ano, a agricultura teve prejuízos de R$ 24,6 bilhões, e a pecuária perdeu mais de R$ 9 bilhões.
No Acre, as altas temperaturas são um desafio para os produtores de frango, que recentemente registraram a perda de 70% dos animais em um complexo industrial.
Foram mais de mil aves mortas, e a tendência é de piora da situação, uma vez que a produção de frango depende de temperaturas amenas.
O Instituto Certified Humane Brasil adiantou que 80% das perdas na produção agropecuária estão relacionadas com o excesso de calor.
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Chuvas também são vilãs
Já no Sul do Brasil, as chuvas foram as grandes vilãs no meio rural. De acordo com um levantamento da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), as maiores perdas na agricultura causadas pelas chuvas de outubro estão nas lavouras de fumo, trigo e cebola.
Dos 155 municípios catarinenses mapeados até agora, 155 registraram perdas em 46.941 propriedades rurais.
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A safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas deve somar 308,5 milhões de toneladas em 2024, segundo o primeiro prognóstico do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do IBGE.
Em relação à safra de 2023, essa produção representa um declínio de 2,8%, ou 8,8 milhões de toneladas a menos. A queda deve-se, principalmente, à redução na produção de soja (-1,3%) e milho (-5,6%).
“O excesso de chuvas na Região Sul e o tempo seco no Norte estão atrasando o plantio da nova safra em algumas Unidades da Federação, o que pode atrasar a colheita e, consequentemente, o plantio da segunda safra, trazendo maior insegurança climática para ela”, analisa o gerente do LSPA, Carlos Barradas.