Considerado uma prévia da inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em quase 1% em março. Trata-se da maior variação para o mês desde 2015, informou nesta sexta-feira, 25, levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O período de coleta dos preços do IPCA-15 ocorreu entre 12 de fevereiro e 16 de março. Dessa forma, o retrato feito pelo IBGE já contempla o reajuste da gasolina anunciado recentemente pela Petrobras para os preços nas refinarias.
No resultado acumulado em 12 meses, o IPCA-15 está em quase 11%. Esse é o maior resultado acumulado no período desde fevereiro de 2016 (10,84%). Por sua vez, a meta de inflação de 2022 estipulada pelo Banco Central (BC) é de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para baixo ou para cima.
#IPCA15: prévia da inflação oficial ficou em 0,95% em março, maior variação para o mês desde 2015. Em 12 meses, o ÍPCA15 acumula alta de 10,79%. Já o IPCA-E (acumulado no tri) ficou em 2,54% de janeiro a março, acima dos 2,21% do mesmo período em 2021.
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Calculado com base em uma cesta de consumo típica das famílias com rendimento entre um e 40 salários mínimos, o IPCA-15 colhe dados de nove regiões metropolitanas do país, além de Brasília e Goiânia. A diferença em relação ao IPCA está na abrangência geográfica e no período de coleta, entre o dia 16 do mês anterior e o 15º dia do mês de referência.
Alimentos e gasolina puxam aumento
Houve variações positivas em todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE. O principal destaque ficou para a categoria de alimentos e bebidas, com a maior variação (quase 2%). Saúde e cuidados pessoais, cujos preços subiram 1%, tiveram o segundo maior impacto.
Na sequência, vieram os transportes, com alta de 0,6%. Juntos, os três grupos representaram cerca de 75% do impacto total do IPCA-15 de março.
A alta dos alimentos foi puxada pelos aumentos dos preços nos itens para consumo no domicílio (2,5%), em razão da influência de fatores climáticos, como estiagem no Sul e chuvas no Sudeste.
Em transportes, os preços da gasolina subiram 0,8%. O aumento acompanha o reajuste de quase 19% do combustível nas refinarias, anunciado em 11 de março. Também foram registradas altas nos preços do óleo diesel (4%) e do gás veicular (quase 6%). O etanol foi a exceção, com queda de 4,7%. O levantamento ainda destaca o resultado das passagens aéreas (-7,5%), cujos preços caíram pelo terceiro mês consecutivo.