A Justiça de São Paulo autorizou a Iguatemi, empresa de shoppings, a realizar o despejo da unidade da Tok&Stok em Ribeirão Preto, no interior do Estado. O valor da ação é de pouco mais de R$ 1 milhão.
“Concedo a liminar de despejo, mediante a prestação de caução em dinheiro equivalente a três meses de aluguel, concedendo o prazo de 30 dias para a desocupação voluntária do imóvel”, escreveu na decisão a juíza Isabela Fiel, da 10ª Vara Civil de Ribeirão Preto.
É o segundo pedido de despejo recente que envolve unidades da varejista do setor de móveis.
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Crise na Tok&Stok
A varejista Tok&Stok enfrenta uma crise financeira, e conforme detalhado pela própria empresa — em outra ação na Justiça, que pedia a falência da rede — houve efeito de decisões estratégicas que não funcionaram nos últimos anos. No começo do ano, eram R$ 600 milhões em dívidas.
A companhia também cita a disparada de custos financeiros. Afirma que teve complicações na execução de um projeto de migração de centro de distribuição e atualização de sistemas de controle de estoque entre 2020 e 2021. Ainda menciona as ondas da covid-19 (que reduziram entre 80% e 90% as vendas) e a elevação na taxa de juros, que levou a uma alta nas despesas financeiras.
Em 2020 (último dado público), segundo relatório da administração, a rede teve vendas líquidas de cerca de R$ 950 milhões, recuo de 21% sobre 2019.
Atualmente são 53 lojas, segundo dados da rede. Há quatro meses, a varejista foi alvo de um pedido de despejo do centro de distribuição em Extrema, Minas Gerais. Houve atraso no pagamento de R$ 2 milhões da locação de fevereiro, mas a soma foi paga em março. Logo depois, em abril, uma empresa de serviços em tecnologia pediu a falência da empresa por uma dívida de R$ 3,8 milhões. Foi feito um pagamento para impedir a decretação da falência.