Insetos que ameaçavam chegar ao Brasil foram detidos na Argentina por controle químico e ciclone bomba, mas no resto do mundo plantações inteiras são perdidas
O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Alimentar Argentino (Senasa) informou, nesta quinta-feira, que conseguiu praticamente eliminar a nuvem de gafanhotos que ameaçava o país e o Brasil.
#Alerta #Langosta #gafanhotos #LocustsSwarm ⚠️?
Informe sobre el estado de situación de la plaga – 02/07.
Se realizaron nuevos tratamientos para disminuir la manga. La aplicación fue aérea y estuvo a cargo de @CorrientesGob.
Video cortesía de @Aeroaplicadores pic.twitter.com/vibJHK8Ed9— Senasa Argentina (@SenasaAR) July 3, 2020
Além do controle químico utilizado, o ciclone bomba que trouxe uma frente fria à região sul do país também ajudou a manter os insetos longe das plantações.
Engana-se, porém, quem imagina que o problema seja pontual e específico desta parte do planeta.
Apenas nesta semana, a Índia e o Leste da África entraram na batalha para eliminar vastas pragas de gafanhotos.
Um grande número deles varreu o Quênia e a Etiópia desde janeiro, devastando campos, pastagens e meios de subsistência. Os governos têm lutado para acabar com eles, os insetos continuam a se multiplicar aos bilhões, ameaçando economias inteiras, que também estão sendo atingidas pela pandemia da covid-19.
No mês passado, a Fitch, agência de classificação de crédito, emitiu seu primeiro aviso de que os gafanhotos poderiam abalar a estabilidade macroeconômica do leste da África.
Na Etiópia, os insetos vorazes podem elevar os preços dos alimentos, acelerando a inflação ao consumidor, que já está em torno de 20% ao ano. Também podem aumentar o déficit fiscal do país.
Em abril, calculou-se que os gafanhotos já haviam danificado 200 mil hectares de terras aráveis da Etiópia e 1,3 milhão de hectares de pastagens, apesar de uma campanha de pulverização.
Como resultado, mais 1 milhão de etíopes precisam de comida de emergência.
O Comitê Internacional de Resgate, uma ONG, diz que os gafanhotos também danificaram mais da metade das pastagens da Somália. Cerca de 20 milhões de pessoas já enfrentam fome na região.
A covid-19 e gafanhotos podem dobrar esse número, diz o Programa Mundial de Alimentos.
Já a Índia tem usado drones e helicópteros para pulverizar inseticidas, numa tentativa de proteger suas colheitas de um enxame.
A decisão foi tomada depois que os gafanhotos invadiram Gurugram, uma cidade satélite da capital Nova Délhi. Segundo foi dito, a praga sobrevoa o Oceano Índico e chega da Somália.