Mais da metade dos brasileiros (54%) acredita que os impostos aumentarão no país nos próximos seis meses, segundo último levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa de Opinião do Setor Público (Ipsos, da sigla em francês).
O índice, que foi um dos obtidos na pesquisa denominada Monitor do Custo de Vida, ficou um pouco acima da média global de 53%. Turquia (70%), Argentina (70%) e Israel (69%) lideram o ranking nessa preocupação. A pesquisa, semanal, foi divulgada no último dia 20.
+ Leia mais notícias de Economia em Oeste
O levantamento também constatou que 47% da população brasileira acredita que o número de desempregados aumentará no país.
Tal preocupação cresceu desde a medição de novembro de 2022, na qual 35% dos entrevistados no Brasil estavam preocupados com o tema. África do Sul (73%), Turquia (72%) e Indonésia (69%) lideram o ranking deste mês nessa percepção.
A desconfiança da população nestes temas ocorre em um momento no qual o governo não tem conseguido reduzir gastos. Em abril último, o governo alterou a meta fiscal definida em 2023.
E definiu que esta seria de zero para 2025, menor do que a expectativa anterior, que era de um superávit de 0,5%. Pela margem, está dentro do limite um déficit em 2025, devido a intervalo de tolerância de até 0,25 ponto porcentual, ou cerca de R$ 30 bilhões.
O eixo do arcabouço são medidas para manutenção do controle dos gastos e das receitas e evitar o aumento descontrolado da dívida pública.
Uma das iniciativas foi limitar o crescimento da despesa a até 70% da variação da receita dos 12 meses anteriores, com mecanismos de punição.
Primeiro, no entanto, o governo tenta cumprir a meta fiscal de 2024, cujas medidas para elevar a arrecadação são um dos alicerces, dentro do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA).
O Carf também voltará a ter voto de qualidade na análise de empresas multadas pela Receita. Offshores também serão tributadas. Incentivos fiscais por meio de ICMS para custeio também deverão ser reduzidos.
Desoneração da folha de pagamentos
Outra questão que influencia no número de empregos é a desoneração da folha de pagamentos.
O presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, disse recentemente a Oeste que a suspensão da desoneração, decidida em abril pelo ministro Cristiano Zanin, do (Supremo Tribunal Federal), a pedido do governo, vai aumentar o desemprego. Ela ainda precisa ser referendada pelo plenário do órgão.
A entidade presidida por ele representa 12,5 milhões de trabalhadores de todos os setores da economia no país.
A desoneração da folha tem como objetivo substituir, em 17 setores, a contribuição previdenciária patronal, de 20% sobre a folha de salários, por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta.
A intenção é diminuir encargos trabalhistas dos setores desonerados e estimular contratações. O governo acredita que há outras maneiras de manter os trabalhadores empregados.