De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, o déficit primário deve ser superior a R$ 800 bilhões no ano
O déficit primário do setor público deve ser superior a R$ 800 bilhões em 2020, afirmou o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. Em sua última estimativa, o Ministério da Economia apontou que o rombo das contas públicas do Brasil deve fechar o ano em R$ 708,7 bilhões.
Mansueto disse que essa última projeção da pasta liderada por Paulo Guedes seria “otimista”. Outras instituições, como a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, já projetam um rombo de mais de R$ 900 bilhões no ano.
Com essa situação das contas públicas, o secretário do Tesouro Nacional reforçou a necessidade de preservar o teto de gastos. O mecanismo, aprovado durante a gestão Temer, ajuda a limitar o aumento dos gastos públicos e a sinalizar o compromisso do país com o ajuste fiscal.
“Se o governo não conseguir resistir à pressão (contra o teto), isso pode elevar juro, risco-país, aumentar período de restrição, carga tributária”, afirmou Mansueto, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.
Volta do crescimento
Mansueto avaliou que o país tem um prazo de dois a três anos para realizar as reformas necessárias para que o Brasil retome a trajetória do crescimento. Para ele, é necessário que o parlamento, com o apoio do governo, aprove o maior número de reformas, com o risco de piorar a trajetória do país.
Com a crise do coronavírus, o Brasil está sendo impactado na arrecadação, o que aumenta o rombo das contas públicas. De acordo com Mansueto, o país só deve voltar a apresentar superávits em 2026 ou 2027.
“Cumprir o teto de gastos e fazer reformas serão importantes para antecipar volta do superávit”, afirmou.
Saída do governo
Como já noticiado pela Oeste, Mansueto já anunciou que vai deixar o governo ainda neste ano. Funcionário de carreira, o secretário do Tesouro Nacional é um dos principais nomes da equipe do ministro Paulo Guedes.
Mansueto será substituído pelo ex-secretário da Fazendo do Espírito Santo, o economista Bruno Funchal.
A saída do Secretário Mansueto será uma grande perda para a Equipe Econômica, por melhor que seja o novo Secretário.
Obrigado pelo seu comentário, Marcelo!