A pandemia e as medidas de restrições adotadas em Estados brasileiros provocaram um salto na participação das vendas on-line no faturamento das empresas do comércio varejista.
Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou que antes da crise sanitária que obrigou o fechamento das lojas físicas, o e-commerce representava, em média, 9,2% da receita. Mas, em julho do ano passado, com apenas quatro meses de pandemia, essa marca mais do que dobrou e foi para 19,8%. E, em junho deste ano, já estava em 21,2%.
“O resultado confirma com números a hipótese de que as empresas aceleraram o processo de digitalização ao longo da pandemia, principalmente para minimizar os impactos negativos da queda de circulação de pessoas nas lojas físicas”, disse o economista Rodolpho Tobler, coordenador da pesquisa feita pela FGV.
Outro resultado significativo apontado pela sondagem é que 49,7% das empresas não faziam nenhuma venda on-line antes da pandemia. Em julho do ano passado, essa fatia tinha recuado para 28,4% e em junho este ano estava em 20,2%.
Isso significa que quase 80% de todas as varejistas consultadas pela sondagem faziam uso de canais digitais. Esse número é ainda mais significativo para as empresas de grande porte, com mais de 90% das companhias usando canais on-line. Já as empresas de menor porte continuam mais resistentes à digitalização, com quase 30% do número de varejistas focadas só nas lojas físicas.