Os detalhes da compra da Kopenhagen pela Nestlé

Na madrugada desta quinta-feira, 7, a empresa suíça Nestlé anunciou a compra de participação majoritária no Grupo CRM, dono das marcas brasileiras Kopenhagen, Brasil Cacau e das cafeterias Kop Koffee. O valor da transação não foi anunciado, mas diversas veículos de comunicação falam em cerca de R$ 4,5 bilhões.

Para ocupar essa posição, a multinacional adquiriu o comando da gestora norte-americana Advent Internacional, um fundo de private equity que, em 2020, passou a controlar o Grupo CRM depois de arrematá-lo do dono, Celso Ricardo de Moraes.

Private equity é uma forma de investimento que envolve a compra de participações em empresas não listadas na Bolsa de Valores de São Paulo.

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Em comunicado à imprensa, a Nestlé informou que espera que a transação seja concluída em 2024, “sujeita às aprovações regulatórias habituais”.

No ano passado, o Grupo CRM, que opera num modelo de franquias, faturou mais de R$ 1,75 bilhão.

Ao longo deste ano, a empresa se empenhou na abertura de novas unidades. Foram uma média de cinco por semana, totalizando 200 novos pontos de venda. Juntas, Kopenhagen, Brasil Cacau e as cafeterias Kop Koffee contam com mais de mil lojas.

Apesar da mudança de mãos no controle do grupo, Renata Moraes Vichi seguirá no cargo de CEO e permanecerá como acionista minoritária. Há 25 anos na empresa, Renata é responsável por expandi-la significativamente.

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As marcas do grupo também prosseguirão como uma unidade de negócio à parte, tanto em termos de produção quanto de estratégia comercial.

Além da compra, a Nestlé também comunicou um plano de investimento no Brasil, de R$ 2,7 bilhões até 2026, visando a ampliar suas fábricas de chocolates e biscoitos. 

Kopenhagen

A Kopenhagen foi fundada em 1928 por um casal de imigrantes letões, Anna e David Kopenhagen. Para ajudar com as despesas de casa, Anna começou a fabricar docinhos de marzipan na cozinha de casa. No ano seguinte, inauguraram a primeira loja, no centro de São Paulo.

Em 1996, a marca foi adquirida por Celso Ricardo de Moraes. Hoje, a empresa é comandada por sua filha, Renata Moraes Vichi. Foi ela que idealizou a Brasil Cacau.

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CEO desde 2020, Renata tem como um de seus focos o canal digital, que hoje responde por 15% das vendas. A estratégia de distribuição envolve os franqueados: 94% das entregas são feitas a partir do estoque das lojas.

Nestlé e CADE

Antes de prosseguir com a compra, a Nestlé chegou a fazer uma consulta prévia ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão que julga atos de concentração de mercado, para não repetir as dificuldades enfrentadas no caso da Garoto.

Em 2004, o Cade vetou parcialmente a venda da Garoto à Nestlé, sob a justificativa de que traria prejuízos à concorrência. A combinação Nestlé-Garoto abocanharia cerca de 60% do mercado de chocolates do país.

Para resolver a situação, a Nestlé precisou recorrer à Justiça. A aquisição foi efetivada apenas em 7 de junho deste ano, depois de um acordo com o órgão de que, por cinco anos, a Nestlé se absteria de adquirir qualquer empresa chocolatier com mais de 5% do mercado nacional.

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