Da rede social Twitter ao banco de investimentos JP Morgan Chase, empresas perceberam que manter os altos aluguéis de Manhattan nem sempre é necessário
Em e-mail aos funcionários nesta terça-feira, o CEO do Twitter, Jack Dorsey, afirmou que não pretende reabrir os escritórios da rede social espalhados pelo mundo antes de setembro. E que, mesmo depois dessa data, só voltará a trabalhar em uma mesa na sede da companhia quem quiser, porque o home office será permitido.
Dorsey não está sozinho. Empresas como Barclays, JP Morgan Chase, Nielsen, Halstead e Morgan Stanley também avaliam a ideia de continuar com os funcionários trabalhando de casa mesmo depois que a pandemia tiver ido embora. E não apenas por questões sanitárias, que, como mostrou a disseminação do vírus, são de vital importância.
Grande parte das companhias tem seus arranha-céus na ilha de Manhattan, um dos endereços mais caros do mundo. Além de ajudar na saúde dos empregados, já há quem calcule quanto deixaria de ser gasto com aluguel desses espaços se o trabalho remoto fosse adotado permanentemente.
Na Nielsen, por exemplo, são 3 mil pessoas que se deslocam diariamente para trabalhar num único prédio. “Se você vem trabalhar na sua mesa do escritório, certamente pode fazer isso em casa”, aponta o CEO da empresa, David Kenny.
“É realmente necessário? Estou pensando muito e firmemente sobre isso. Olhando para a frente, para o futuro, será que as pessoas vão querer ficar aglomeradas em escritórios?”, questiona a diretora-executiva da incorporadora e administradora de condomínios Halstead, Diane Rodriguez.
A preocupação atual é o que será da cidade caso o home office realmente se torne a nova maneira de trabalhar dos nova-iorquinos. Afinal, boa parte dos impostos da Big Apple vem dos altos aluguéis cobrados desses prédios que, agora, podem ficar desocupados.