De acordo com a OMC, no entanto, a atuação dos governos preveniu uma queda maior do comércio global
A Organização Mundial do Comércio (OMC) prevê que o comércio global sofra uma contração recorde no segundo trimestre deste ano em razão da pandemia do coronavírus. O recuo de 18,5%, no entanto, será menos grave do que anteriormente esperado por causa das ações tomadas pelos governos de todo mundo contra os efeitos da pandemia.
“O colapso do comércio que assistimos atualmente atinge níveis históricos. De fato é o mais pronunciado do qual temos conhecimento”, afirmou o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, informa o G1.
“Mas há um importante aspecto positivo neste fenômeno, o de que poderia ter sido muito pior (…) mas não podemos nos permitir o luxo de cair na complacência”, concluiu o brasileiro.
Embora a OMC continue projetando uma tombo grande no comércio global em 2020, ela acredita ser improvável que atinja o pior cenário projetado pela organização em abril. No pior cenário para a OMC, o comércio mundial teria uma queda de 32% em razão da pandemia.
“Na situação atual, o comércio só precisaria crescer 2,5% ao trimestre pelo restante do ano para atender à projeção otimista”, disse a OMC. Mesmo com isso, a queda será maior que a maior registrada, em 2009. No auge da crise financeira, o comércio global recuou 12,5%.
Saída de Azevêdo
No dia 14 de maio, conforme esperado, o brasileiro Roberto Azevêdo anunciou que vai sair do comando da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Ele está no cargo desde 2013 e vai deixar o comando um ano antes do previsto, no dia 31 de agosto deste ano. Em seu comunicado, Azevêdo alegou motivos pessoais para renunciar ao cargo.
“Entre o isolamento e minha recente cirurgia no joelho, tive mais tempo do que o habitual para refletir. E cheguei a essa decisão somente após longas discussões com minha família – minha esposa aqui em Genebra, minhas filhas e minha mãe em Brasília. É uma decisão pessoal – uma decisão familiar – e estou convencido de que esta decisão serve os melhores interesses desta Organização”, afirmou Roberto Azevêdo.