O setor teme um excesso de oferta do produto, que terá impacto em toda a indústria de energia, incluindo a Petrobras
Nos primeiro minutos da abertura do mercado asiático neste domingo, 8, o preço do petróleo desabou 30%. A queda se dá em razão do conflito entre os membros da Organização dos Países Exportadores do Petróleo (Opep), chefiada pela Rússia e pela Arábia Saudita.
Os dois países não chegaram a um acordo para diminuir a produção, pois a demanda pelo petróleo despencou com o menor interesse da China. O país, afetado pelo novo coronavírus (covid-19), é o maior importador global da matéria-prima.
A Arábia Saudita, líder na exploração mundial de petróleo, decidiu produzir mais e cortar os preços dos barris em seu território. O governo russo, que está entre os maiores produtores do combustível, dobrou a aposta e determinou que se produzisse o máximo possível.
A “guerra dos preços”, portanto, atinge o Brasil em cheio. Informa a DowJones que, diante das medidas tomadas pelas duas potências petrolíferas, o setor teme um excesso de oferta do produto, o que terá impacto em toda a indústria de energia, que inclui a Petrobras.
Sendo assim, a estatal brasileira pode reduzir o preço da gasolina e do diesel, mas com o risco de inviabilizar o etanol, ou o governo pode aumentar a incidência da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) sobre os combustíveis para preservar a geração de receita da Petrobras.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou numa rede social que o cenário internacional exige seriedade e diálogo das lideranças do País. “É preciso agir já com medidas emergenciais”, afirmou Maia.