O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou, nesta terça-feira, 3, que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,9% no terceiro trimestre de 2024. O colunista e comentarista Adalberto Piotto, no entanto, afirmou, no Jornal da Oeste, que se trata de uma desaceleração da produtividade em comparação ao histórico do ano.
“No primeiro trimestre, o crescimento foi de 1,1%; no segundo trimestre, foi de impressionantes 1,4% e, no terceiro trimestre, uma queda”, detalhou Piotto. “Há a percepção de que no quarto semestre pode chegar a 0,3%.”
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O analista disse que parte do crescimento do PIB preocupa, pois reflete a expansão fiscal do Brasil. Ou seja, o aumento de gasto do governo federal.
Na última semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, publicou um pacote de corte de gastos para tentar conter as despesas públicas. A proposta, no entanto, não teve um respaldo positivo do mercado, que apontou medidas de contingenciamento inconsistentes e pouco efetivas.
“A preocupação está nesse sentido anti-horário da economia brasileira”, afirmou Piotto.
O efeito dominó do pacote fiscal
Adalberto Piotto afirmou que o pacote fiscal apresentado pelo governo federal gerou uma repercussão negativa em todas as congruências do mercado. O colunista disse que a expectativa do mercado para saber quais cortes a administração apresentaria fez o dólar aumentar. Mas isso apenas num primeiro momento. O valor da moeda norte-americana, no entanto, disparou quando a estratégia do governo se mostrou insuficiente.
“Não tem especulação de mercado”, afirmou o analista. “O dólar está alto porque o pacote veio ruim. Você tem juros subindo para conter a inflação, depois tem um crédito mais escasso porque tem juros altos e ai você tem um baixo crescimento da economia.”
PIB desacelera e dólar sobe: o que fazer para conter os gastos do governo?
Durante análise no Jornal da Oeste, Adalberto Piotto afirmou que algumas medidas precisam ser tomadas para contingenciar os gastos públicos, acelerar o crescimento do PIB e controlar o câmbio.
“O pacote não fala em reforma administrativa, e todo mundo sabe que a máquina está inchada”, afirmou o comentarista. “Governos do PT normalmente incham ainda mais. Se a máquina está ineficiente, ela não é produtiva, ela não traz serviços ao cidadão e custa caro.”
Piotto também disse que é preciso uma redução nos 39 ministérios do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com ele, é necessário modernizar a máquina pública e reduzir o peso do Estado.
Gabriel de Souza é estagiário da Revista Oeste. Sob supervisão de Anderson Scardoelli
Muito difícil de se confiar no IBGE no momento