O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, projetou nesta sexta-feira, 11, que o pico da inflação brasileira será entre os meses de abril e maio.
Em evento da Esfera Brasil, em São Paulo, o economista adiou mais uma vez a expectativa para o pico da inflação brasileira; antes ele esperava que o ponto mais alto seria entre dezembro de 2021 e janeiro.
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Campos Neto citou a quebra de safra neste início de ano e o avanço dos preços de petróleo no mercado internacional como razões para postergação do pico da inflação.
“Imaginamos agora que pico será entre abril e maio, e depois haverá queda mais rápida da inflação”, declarou.
O presidente do BC também afirmou que o mercado de crédito continua saudável, embora em desaceleração. Porém, ele reconheceu que o endividamento das famílias piorou qualitativamente.
“Mas não é algo que chama muita atenção ainda. O BC tem preocupação com isso. Tem projetos para os superendividados. E também há preocupação com os negativados, que estão fora do mundo financeiro e que gostaríamos que voltassem a ter acesso a crédito. Há uma série de medidas para quem está mais comprometido na cadeia de crédito.”
Pix
Após três episódios de exposição de dados relacionados a chaves Pix em seis meses, Roberto Campos Neto, admitiu no evento que, em meio ao crescimento exponencial do mercado de dados, vazamentos no geral vão ocorrer com alguma frequência.
Assim como nas comunicações dos incidentes, Campos Neto também argumentou que os vazamentos no âmbito do Pix “não são tão relevantes”, porque não envolvem dados sensíveis, embora essa correlação não necessariamente seja verdadeira, segundo Nairane Rabelo Leitão, diretora da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
“Como o mercado de dados vai crescer exponencialmente, vazamentos vão ocorrer com alguma frequência. Não querendo banalizar os vazamentos. Vamos atacar todos os vazamentos, para que sejam o mínimo possível. Mas é importante entender que os vazamentos de dados do Pix não são tão relevantes, não são dados sensíveis”, disse, citando que dados como nome, CPF e telefone são mais “abertos”.
Campos Neto ainda disse que o BC tem comunicado “100% dos vazamentos de dados envolvendo o Pix”. A autarquia, contudo, informou que não deve mais comunicar diretamente à imprensa quando houver incidentes, já que a página criada pelo banco para divulgação dos casos será atualizada constantemente.
O presidente do BC ainda argumentou que os vazamentos não são exclusividade do Pix e acontecem também em empresas de cartões e de telecomunicações, por exemplo. “Pessoa em poder de dados vazados só pode depositar dinheiro para donos das chaves. Nenhuma pessoa sofreu nenhum tipo de dano por esses vazamentos de dados no Pix”, garantiu.
Sobre as novidades no sistema de pagamentos instantâneos, Campos Neto disse que o BC deve anunciar em breve no grupo de funcionalidades, incluindo a parte internacional. “O Pix vai para nível 5G e smart contracts.”
Com informações do Estadão Conteúdo