Em 2024, foram registrados 2.273 pedidos de recuperações judiciais no Brasil, de acordo com um levantamento da Serasa Experian. O número foi o maior desde o início da série histórica do indicador, em 2005.
Os dados representam um aumento de 61,8% em comparação a 2023, quando foram contabilizados 1.405 pedidos, e de 173% em relação a 2022, quando o total foi de 833.
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Apesar do recorde, o ano foi marcado por alta do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Segundo estimativa divulgada pelo Banco Central (BC) em dezembro, o indicador deve crescer 3,5% em 2024. Vale ressaltar que os gastos do governo entram nessa conta.
Para a economista Camila Abdelmalack, da Serasa Experian, embora o PIB tenha avançado, os juros permaneceram em um nível “bastante restritivo”, o que pode explicar em parte o crescimento das recuperações judiciais.
Ela destaca que, entre agosto de 2023 e junho do ano passado, a taxa básica de juros passou de 13,75% para 10,50% ao ano. “Ela caiu, mas ainda ficou alta”, diz a economista. “Para as empresas que entram em inadimplência e não conseguem reverter essa situação, a recuperação judicial representa uma forma de evitar a falência.”
De acordo com dados anteriores da Serasa Experian, 6,9 milhões de empresas – o equivalente a 31,6% das companhias brasileiras – estavam inadimplentes em dezembro do ano passado.
Embora o total tenha representado uma redução em relação aos dois meses anteriores, quando eram 7 milhões, ainda houve um aumento de 300 mil empresas devedoras na comparação com o mesmo período de 2023.
Camila ressalta que a última elevação da Selic no Brasil, que levou a taxa para 12,25% ao ano, ainda não teve grande impacto nos pedidos de recuperação judicial. Isso porque a influência dos juros leva de seis a nove meses para refletir no mercado.
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Pequenas e microempresas lideram recuperações judiciais
No que se refere às recuperações judiciais, o levantamento revela que as pequenas e as microempresas lideraram o aumento dos pedidos. Esse grupo somou 1.676 solicitações, alta de 78,4% em relação a 2023. Na sequência, aparecem as médias e grandes empresas, com 416 e 181 requerimentos, respectivamente.
Na divisão por setores, as empresas do segmento de serviços lideraram os pedidos de recuperação judicial em 2024, com 928 solicitações. O comércio ficou em segundo lugar (575), seguido pelo setor primário, que inclui agricultura e pecuária (423), e pela indústria (347).
Por outro lado, o número de falências caiu em 2024, totalizando 949 solicitações, uma redução de 3,5% em relação a 2023.
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As pequenas e as microempresas representaram a maior parcela, com 578 pedidos, seguidas pelas médias (189) e grandes empresas (182). O setor de serviços liderou o ranking, com 416 solicitações, seguido pelo comércio (292), indústria (238) e setor primário (3).
Isso revela que, embora os pedidos de recuperação judicial tenham aumentado, houve uma diminuição no número de empresas que não sobreviveram ao processo.
São duas situações lastimáveis, uma é a situação das pequenas e médias empresas, que estão se esfarelando sob a egde deste governo desastrado que foi imposto ao Brasil pelos STF e TSE, e o segundo é a dificuldade de se fazer um comentário na Revista Oeste, sendo necessário todas as vezes que assim o desejar, tem que logar ininterruptamente, acho um despauterio e uma falha no direito do assinante.